Brasil 22/11/2020 09:30

Após 70 anos, idoso que perdeu trem durante viagem com a família reencontra irmãos em Tupã

Por Ricardo Rosado de Holanda

A história de vida do trabalhador rural Laudelino Martins da Silveira, morador do distrito de Parnaso, em Tupã (SP), sempre encantou os seus filhos, netos e amigos.

Aos 13 anos, ele se atrasou para voltar ao trem durante uma viagem com a família e se perdeu dos parentes por 70 anos.

No último mês, seu Laudelino descobriu que a realização do sonho de reencontrar a família estava mais próxima do que ele esperava.

De acordo com a cuidadora do idoso, Valdinéia Batista Guimarães, parentes decidiram compartilhar a história do seu Lau na internet e, com a ajuda de um especialista, encontraram os familiares em Campinas, Adamantina e Pacaembu.

Segundo a neta de um dos irmãos de Laudelino, Taís Silveira, o corte que seu Lau fez na mão quando criança em uma máquina de cana foi uma das provas que ajudou os parentes a se reconhecerem.

O reencontro teve direito à comemoração do aniversário de 83 anos do seu Lau, ao lado dos irmãos de quem sentia tanta saudade. Na festa, tios, sobrinhos e primos também tiveram a chance de se conhecer, e Taís contou que foi um evento emocionante.

“Foi bem gostoso, principalmente para os que conviveram juntos, meu avô, ele, porque eles ficam lembrando tudo da infância. Eles têm uma memória que meu Deus”, comenta a sobrinha-neta.

Uma longa viagem

A família de Laudelino é composta por oito irmãos, mas uma das irmãs já é falecida. Eles nasceram na região sul da Bahia e, em 1950, seu Lau, o pai e um irmão decidiram viajar para São Paulo em busca de melhores condições de vida.

A ideia, segundo Taís, era encontrar uma cidade onde poderiam morar e retornar para Bahia para buscar o restante da família. No entanto, em uma das paradas da viagem, Laudelino tomou uma decisão que mudaria o seu futuro.

“Eu saí com meu pai e meu irmão para ir para o estado de São Paulo. Quando chegou antes do Rio de Janeiro, eu desci do trem, saí fora e fui andar um pouco. Meu irmão ainda conseguiu montar no trem de volta, mas eu não consegui. Fiquei sozinho uns três dias andando para cima e para baixo”, lembra seu Lau.

Deu em G1

Ricardo Rosado de Holanda


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