Música 01/04/2024 10:09
Será que a música piorou com os anos? A ciência responde
Os pesquisadores analisaram mais de 12 mil canções em língua inglesa de 1980 a 2020, e dos mais variados ritmos: rap, country, pop e rock
Você já deve ter ouvido alguém mais velho do que você falando que não se fazem mais músicas como antigamente.
Nostalgia à parte, talvez essas pessoas estejam certas. Pelo menos é isso que indica um novo estudo, publicado na quinta-feira (28) na revista Scientific Reports.
De acordo com os pesquisadores, as letras das músicas estão realmente se tornando mais simples e repetitivas.
Para chegar a essa conclusão, a equipe analisou mais de 12 mil canções em língua inglesa de 1980 a 2020, e dos mais variados ritmos: rap, country, pop, R&B e rock.
Os autores do levantamento perceberam que os artistas têm usado menos palavras difíceis e repetido mais versos, principalmente o refrão.
Em entrevista à agência AFP, Eva Zangerle, uma das responsáveis pelo estudo, preferiu não citar o nome de nenhum cantor ou banda modernos que se encaixariam nesse perfil.
A especialista em sistemas de recomendação da Universidade de Innsbruck, na Áustria, por outro lado, fez questão de destacar um artista antigo que era mais criativo e autêntico, segundo ela: Bob Dylan, que além de cantor e compositor, chegou a vencer também um Prêmio Nobel de Literatura.
“As letras prendem mais hoje em dia, simplesmente porque são mais fáceis de memorizar”, disse a autora.
Vale repetir que esse estudo foi feito levando em consideração apenas músicas de língua inglesa – que consumimos bastante por aqui também.
Não há nenhum levantamento sobre artistas nacionais ou músicas em Português. Arrisco-me, no entanto, a dizer que essa tendência detectada por lá se repete por aqui.
E não precisa ser nenhum gênio para perceber isso. Basta prestar atenção nas letras que fazem sucesso no Carnaval, por exemplo. Ou no funk que a garotada tanto gosta.
As músicas são repetições das mesmas frases e com a mesma batida minimalista. Nada contra, só uma constatação.
Portanto, talvez o estudo europeu esteja realmente certo. E, sim, talvez eu esteja ficando velho também.
Deu em Olhar Digital
Descrição Jornalista
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