Impostos 06/10/2025 18:09
Impostos no Brasil disparam e podem bater recorde global até 2050, pressionando governo e contribuinte ao limite

O Brasil pode alcançar, até 2050, o maior aumento de carga tributária do planeta, segundo estudo do Instituto Esfera de Estudos e Inovação, divulgado em setembro de 2025.
As projeções indicam que o peso dos impostos pode subir para 42,8 % do PIB, ultrapassando países como Alemanha e Suécia.
O levantamento, assinado pelo economista Pedro Fernando Nery, mostra que esse avanço será impulsionado pelo envelhecimento acelerado da população e pela expansão das despesas obrigatórias, especialmente em saúde e Previdência.
De acordo com o IBGE, a parcela de brasileiros com mais de 60 anos passou de 5,1 % em 1970 para 15,6 % em 2022.
A projeção para 2070 é de 37,8 %, pressionando fortemente o sistema previdenciário e os gastos públicos.
A idade média da população também aumentou: de 28,3 anos em 2000 para 35,5 em 2023, podendo atingir 48,4 anos em 2070.
Essa mudança demográfica faz com que o Estado precise arrecadar mais para sustentar o equilíbrio fiscal, como mostram experiências internacionais.
Atualmente, 90 % dos gastos públicos são obrigatórios por lei.
Segundo o Banco Central, o endividamento público passou de 71,7 % do PIB em dezembro de 2022 para 77,5 % em agosto de 2025, o maior patamar desde 2021.
Nos 32 meses do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, as contas fecharam no vermelho em 25 ocasiões.
Com carga tributária de 33 % em 2023, o Brasil já tem peso de impostos 50 % acima da média dos emergentes e 30 % superior à média da América Latina.
Mesmo assim, a pressão sobre a arrecadação tende a crescer.
Economistas alertam que, sem reformas estruturais profundas, o país entrará num ciclo de alta tributária contínua.
Isso porque o envelhecimento populacional exige mais recursos públicos, enquanto o espaço para cortes é mínimo.
O estudo adverte que a elevação dos impostos pode reduzir a competitividade das empresas e agravar as desigualdades sociais, impactando o crescimento econômico.
A reforma tributária em debate, que cria o IVA dual (CBS e IBS), simplifica a cobrança sobre consumo, mas não resolve a rigidez dos gastos obrigatórios.
Mesmo que avance no Congresso, não ataca a causa central do problema, que é o crescimento constante da despesa pública.
Reduzir despesas é quase impossível, já que a maior parte do orçamento está travada pela Constituição.
Assim, o governo dependerá de ampliar a arrecadação para sustentar as contas.
Diante desse quadro, o Instituto Esfera defende revisar os benefícios fiscais, também chamados de gastos tributários — isenções e reduções de alíquotas que funcionam como subsídios indiretos.
Esses incentivos consomem entre 4,4 % e 6 % do PIB, segundo Receita Federal e Ministério da Fazenda.
Entre os principais incentivos empresariais estão o Simples Nacional, o regime do MEI e os benefícios regionais da Zona Franca de Manaus.
Para pessoas físicas, destacam-se deduções no IRPF e isenção de lucros e dividendos.
O economista Pedro Nery reforça que a revisão desses benefícios é fundamental para conter o déficit e estabilizar a dívida.
Segundo ele, “reduzir benefícios fiscais é essencial para recompor o resultado primário e evitar explosão da dívida pública”.
O Instituto Esfera descreve os benefícios fiscais como um paradoxo:
enquanto aliviam empresas e contribuintes, também reduzem a arrecadação e pressionam o orçamento público.
Esse efeito cria um círculo vicioso — o governo aumenta impostos sobre quem não recebe incentivos, e novos setores pressionam por isenções.
Consequentemente, a carga tributária sobe ainda mais.
Com o envelhecimento populacional, cresce a demanda pela manutenção desses incentivos, mas o país ainda carece de mecanismos de controle efetivos.
O estudo mostra que o governo federal criou centenas de benefícios sem critérios claros, sem prazo de validade e sem avaliação de efetividade.
Alguns permanecem ativos há décadas, favorecendo os mais ricos.
Como exemplo, as deduções no IRPF beneficiam quem tem maior renda, enquanto a desoneração da cesta básica favorece quem consome mais.
Em 2021, a Emenda Constitucional 109 fixou um teto de 2 % do PIB para gastos tributários a partir de 2027 e previa a Lei Geral dos Gastos Tributários (LGGT).
Contudo, a lei nunca foi apresentada, devido à resistência política e à falta de consenso.
Hoje, os benefícios seguem acima de 4 % do PIB, sem perspectiva de redução.
Pedro Nery recomenda não abolir os benefícios, mas administrá-los com critérios claros e avaliáveis, conforme orienta o FMI.
A LGGT deveria incluir parâmetros de relevância, eficiência, equidade e simplicidade.
O Regime Especial da Indústria Química (Reiq) é exemplo positivo, pois exige contrapartidas e tem prazo de extinção definido.
Modelos semelhantes funcionam na Índia, onde isenções caducam automaticamente caso não sejam justificadas por resultados.
Essas medidas tornariam o sistema mais transparente e sustentável, evitando distorções e desperdícios.
Se nada for feito, a carga tributária poderá chegar a 43 % do PIB, patamar semelhante ao das economias mais ricas da Europa.
Porém, o Brasil não possui a mesma estrutura de bem-estar social dessas nações.
Economistas alertam que o país corre o risco de ter impostos de nação rica com serviços de país emergente, ampliando o descontentamento popular.
Por isso, especialistas defendem política fiscal responsável, revisão criteriosa de incentivos e transparência nas contas públicas.
Afinal, o equilíbrio entre arrecadação e gasto será decisivo para o futuro econômico do Brasil.
Descrição Jornalista
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