CPMI ouve ex-diretor de associação acusada de roubar R$ 1,1 bi via INSS - Fatorrrh - Ricardo Rosado de Holanda
FatorRRHFatorRRH — por Ricardo Rosado

Corrupção 20/10/2025 10:15

CPMI ouve ex-diretor de associação acusada de roubar R$ 1,1 bi via INSS

CPMI ouve ex-diretor de associação acusada de roubar R$ 1,1 bi via INSS
Felipe Macedo Gomes presidiu a Amar Brasil Clube de Benefícios (ABCB) e dará explicações no mesmo dia em que a comissão parlamentar de inquérito do Congresso Nacional questionará a ex-integrante do Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS), Tonia Andrea Inocentini Galleti.

Felipe Gomes foi doador de R$ 60 mil para a campanha eleitoral de 2022 do ex-ministro da Previdência Social Onyx Lorenzoni (PP-RS), e recebeu R$ 17,9 milhões da ABCB. E o senador Fabiano Contarato (PT-ES) ressalta que a Polícia Federal e a Controladoria Geral da União (CGU) identificaram Felipe Gomes como um dos operadores do esquema de fraudes no INSS.

A movimentação bilionária de recursos drenados ilegalmente de benefícios do INSS para a ABCB, entre 2022 e 2024, teria o ex-presidente da associação à frente, segundo o senador petista.

E Contarato lembra que a ABCB foi autorizada a descontar até 2,5% sobre os benefícios previdenciários em 2022, passando a executar cobranças que atingiram milhares de aposentados e pensionistas, muitos sem qualquer vínculo ou autorização expressa para filiação à entidade.

“Há indícios de que a associação funcionou como fachada para operações financeiras irregulares, utilizando a estrutura de convênios com o INSS para captação ilícita de recursos, o que caracteriza grave violação dos direitos dos beneficiários”, relatou Contarato.

Além do senador capixaba, o pedido para depoimento de Felipe Gomes foi assinado pela senadora e Damares Alves (Republicanos-DF) e dos deputados Rogério Correia (PT-MG), Orlando Silva (PCdoB-SP), Paulo Pimenta  (PT-RS) e Evair Vieira de Melo (PP-ES).

Senador Izalci Lucas (PL-DF) – Foto: Diário do Poder.

Bloqueio de denúncias

A ex-integragrante do CNPS, Tonia Galleti, será questionada sobre o que teria bloqueado suas denúncias e pedidos de regulamentação dos Acordos de Cooperação Técnica (ACTs) firmados com associações e sindicatos.

E sua oitiva foi justificada pelo senador Izalci Lucas (PL-DF) com o argumento de que não se pode compreender o esquema apenas pela análise de seus executores finai.

Por considerar importante investigar “omissões deliberadas” e falhas no epicentro decisório do sistema

 

Tonia Galleti tentou pautar, formalmente, a proliferação de fraudes e a necessidade urgente de regulamentação dos ACTs firmados com associações e sindicatos no âmbito do conselho.

E Izalci ressalta que a ex-conselheira do CNPS tem dever de cidadania de expor como atuou na trincheira institucional, tendo informações e ímpeto de agir, e acabou silenciada pela inércia calculada de seus superiores.

“O testemunho da senhora Tonia Galleti é fundamental para que esta Comissão Parlamentar de Inquérito possa mapear com precisão a cronologia da ciência dos fatos pelas mais altas autoridades da Previdência Social, bem como as articulações políticas que resultaram na manutenção de um ambiente regulatório frouxo e propício aos crimes investigados”, justificou Izalci Lucas.

Além do senador brasiliense, o pedido para depoimento de Galleti foi assinado pela senadora Damares Alves (Republicanos-DF) e dos deputados Beto Pereira (PSDB-MS), Adriana Ventura (Novo-SP) e Duarte Jr. (PSB-MA).

(Com informações da Agência Câmara de Notícias)

Ricardo Rosado de Holanda
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