Eleições 17/05/2022 19:00
Levantamento diz que 30% dos mesários temem ataques nas eleições e 44% desconfiam da urna eletrônica
É o que revela a pesquisa feita pelo Instituto Ideia que ouviu 651 mesários entre 28 de abril e 5 de maio. Em 2018, de acordo com o TSE, a eleição presidencial contou com 2,1 milhões de mesários.
Diante da polarização e falas do presidente Jair Bolsonaro (PL) que colocam em xeque o processo eleitoral, 30% dos eleitores convocados para trabalhar enquanto mesários nas eleições de outubro temem sofrer ataques e 44% confiam pouco ou não confiam nas urnas eletrônicas.
É o que revela a pesquisa feita pelo Instituto Ideia que ouviu 651 mesários entre 28 de abril e 5 de maio. Em 2018, de acordo com o TSE, a eleição presidencial contou com 2,1 milhões de mesários.
Dos mesários de 2018 que foram convocados para trabalhar novamente, apenas 22% relataram episódios de confronto.
Dos que foram alvo, 34% citaram confrontações verbais (xingamentos, acusações), 32%, hostilidade, 22%, ameaças, 21%, exposição de dados pessoais e 19%, ataques físicos.
Mesmo com o baixo índice de relatos nas eleições passadas, 70% crê que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deveria adotar medidas de segurança adicionais.
Desta parcela dos mesários, 58% temem ameaças, 55% ataques físicos, 52%, confrontações verbais, 47%, hostilidade e 36%, ataques com armas.
Neste domingo, o presidente voltou a falar que as eleições deste ano estão sob suspeição e que é preciso “aperfeiçoar” o sistema.
Embora nunca tenha ocorrido um só caso comprovado de fraude nas urnas eletrônicas em mais de 20 anos de uso, Bolsonaro tem utilizado questionamentos feitos pelos militares ao tribunal para lançar suspeitas, sem provas, acerca do processo eleitoral.
A pesquisa aponta que este discurso ganhou espaço.
Quase metade dos mesários entrevistados (44%) relataram não confiar ou confiar pouco nas urnas eletrônicas, 20% discordam da frase “Não haverá fraude na eleição de 2022” e 31% acham que que os resultados da eleição serão contestados.
O levantamento do Instituto Ideia entrevistou 651 mesários de todo o país e fez, em média, 25 ligações para encontrar cada um.
No primeiro turno que ocorre no dia 2 de outubro e em um eventual segundo turno, no dia 30 de outubro, servidores, magistrados e mesários estarão à postos. Caso seja necessário, o mesário que presidir a seção pode solicitar que um coordenador acione a polícia.
Confira a pesquisa na íntegra:
Não haverá fraude na eleição de 2022
Concordo: 43%
Nem concordo, nem discordo: 36%
Discordo: 20%
Os resultados das eleições não serão contestados
Concordo: 28%
Nem concordo, nem discordo: 41%
Discordo: 31%
Confiança na urna eletrônica
Confio muito: 52%
Confio pouco: 31%
Não confio: 13%
Não sei: 4%
Já teve algum problema como mesário em eleições passadas?
22%, sim
78%, não
Dos que tiveram problemas:
34% confrontações verbais (xingamentos, acusações)
32% hostilidade
22% ameaças
21% exposição de dados pessoais
21% assédio moral
19% ataques físicos
O TSE deveria adotar medidas de segurança adicionais para trabalhar nesta eleição
Concordo: 70%
Discordo: 11%
Nem concordo, nem discordo: 20%
Quais deveriam ser as medidas de segurança?
Maior policiamento/seguranças particulares: 75%
Ter mais fiscais: 5%
Ações contra as bocas de urnas: 4%
Revista dos eleitores: 2%
Oferecer o transporte de ida e volta dos mesários: 1%
Câmeras nos locais de votação: 1%
“Não haverá fraude na eleição de 2022”
Concordo: 43%
Nem concordo, nem discordo: 36%
Discordo: 20%
Concordância com a frase “Os resultados das eleições não serão contestados”
Concordo: 28%
Nem concordo, nem discordo: 41%
Discordo: 31%
Confiança na urna eletrônica
Confio muito: 52%
Confio pouco: 31%
Não confio: 13%
Não sei: 4%
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