Governo Federal 22/10/2025 10:43
Revendas acusam governo de fixar preços ‘fora da realidade’ no Gás do Povo e alertam que diferenças de até R$ 30 podem inviabilizar adesão

O programa Gás do Povo, lançado pelo governo federal para distribuir botijões gratuitos a famílias inscritas no CadÚnico, enfrenta resistência de revendedores e associações do setor.
As entidades afirmam que os valores de reembolso fixados estão abaixo da realidade de mercado, com diferenças que chegam a R$ 30 no botijão de 13 quilos em algumas regiões do país.
A tabela de preços publicada em edição extra do Diário Oficial da União define os valores que serão usados para compensar as revendas credenciadas.
No entanto, a discrepância entre o preço oficial e o custo operacional real gerou reação imediata de entidades como a Abragás (Associação Brasileira das Entidades Representativas da Revenda de Gás LP), que afirma ter aderido ao programa apenas sob a condição de que os preços seguissem as médias regionais da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis).
Em estados como Amazonas e São Paulo, o valor proposto pelo governo ficou respectivamente cerca de R$ 30 e R$ 16 abaixo da média de mercado, segundo dados do setor.
Para as revendas locais, a defasagem inviabiliza a participação, pois não cobre custos de transporte, armazenamento e operação.
“Os valores divulgados estão fora da realidade em várias regiões do país, o que pode levar as revendas a não aderirem ao programa”, afirmou a Abragás em nota, destacando que o diálogo com o governo continua, mas sem ajustes, a adesão será limitada.
A entidade reforça que não é oposição ao Gás do Povo, mas alerta para o risco de desequilíbrio econômico e logístico, especialmente em áreas mais afastadas.
O Sindigás (Sindicato das Empresas Distribuidoras de Gás LP), que representa as principais distribuidoras do país, classificou o cenário como “desafiador” e disse que ainda avalia os impactos caso a caso.
O sindicato reconhece a importância social do Gás do Povo, mas alerta que a padronização nacional dos preços desconsidera diferenças de custo entre regiões, impostos estaduais e logística de transporte, que varia drasticamente entre capitais e cidades do interior.
Especialistas do setor apontam que a margem operacional das revendas é estreita, e que subsídios mal calibrados podem desestimular a adesão, afetando a entrega regular do benefício.
A falta de revendedores em determinadas localidades poderia obrigar o governo a buscar alternativas logísticas mais caras, comprometendo a sustentabilidade do programa.
O governo estima que o Gás do Povo atenda até 16 milhões de famílias de baixa renda, o que representaria um aumento de até 8% na demanda nacional por GLP (Gás Liquefeito de Petróleo).
Para dar conta da expansão, o setor calcula que serão necessários de 5 a 10 milhões de novos botijões nos próximos meses.
As empresas já iniciaram negociações com fornecedores, mas o avanço depende da previsibilidade de remuneração.
Sem a revisão dos valores, fabricantes podem atrasar entregas, e revendas podem reduzir estoques, afetando o ritmo de distribuição.
O Gás do Povo é uma das principais bandeiras do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, elaborado para substituir o antigo Vale-Gás e ampliar o alcance social da política energética.
A proposta busca garantir acesso universal ao gás de cozinha e reduzir o impacto da inflação energética sobre famílias de baixa renda.
No entanto, o embate sobre a precificação expõe um desafio recorrente nas políticas de energia subsidiada: conciliar impacto social com viabilidade econômica.
Sem um modelo de remuneração regionalizado, o risco é gerar desinteresse da revenda e dificultar a implementação em estados onde o custo logístico é mais alto.
O Gás do Povo tem potencial para se tornar o maior programa social de abastecimento de gás do país, mas enfrenta um impasse técnico e econômico antes mesmo de atingir escala nacional.
A revisão dos preços definidos pelo governo será determinante para definir se o programa avança com adesão ampla ou se enfrenta resistência crescente no setor.
Deu em CPG
Descrição Jornalista
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