Exportações do RN para os EUA caem mais de 70% em um mês após taxação de 50% sobre produtos brasileiros - Fatorrrh - Ricardo Rosado de Holanda
FatorRRHFatorRRH — por Ricardo Rosado
PMN – 200 dias – 0909 a 0910

Exportação 10/09/2025 06:27

Exportações do RN para os EUA caem mais de 70% em um mês após taxação de 50% sobre produtos brasileiros

Exportações do RN para os EUA caem mais de 70% em um mês após taxação de 50% sobre produtos brasileiros

As exportações do Rio Grande do Norte para os Estados Unidos registraram uma queda brusca de 74% entre julho e agosto deste ano.

Os dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior apontam que o valor negociado com o país norte-americano caiu de US$ 6,25 milhões para US$ 1,62 milhão no período.

Os setores mais afetados foram o de pescado fresco, responsável por uma média anual de US$ 50 milhões em vendas ao mercado americano — o equivalente a cerca de R$ 278 milhões —, e o de sal marinho, que tinha 47% das exportações concentradas nos Estados Unidos.

“Algumas empresas exportaram alguma coisa em torno de 20% do que faziam normalmente para ter a manutenção dos clientes e não perder na totalidade o mercado que demorou muito para ser desenvolvido”, disse Arimar França Filho, presidente do Sindicato da Indústria da Pesca (Sindipesca) no Rio Grande do Norte.

“Esse é um problema sério para a indústria salineira. A gente precisa continuar lutando para encontrar uma solução e recolocar esse sal”, pontuou Airton Torres, presidente do sindicato que representa o setor no estado.

A retração também foi percebida na balança comercial geral do Rio Grande do Norte com o mundo. As exportações do estado com todos os países passaram de US$ 62,25 milhões em julho para US$ 23,32 milhões em agosto — queda de 62,5%.

Na comparação anual, agosto de 2025 teve redução de 79,9% em relação ao mesmo mês do ano passado.

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No ranking do Nordeste, o Rio Grande do Norte aparece como o quinto estado mais afetado pela tarifa americana.

Por outro lado, alguns setores conseguiram compensar parcialmente as perdas ao encontrar outros mercados. Produtos como ouro, pérolas, pedras preciosas, frutas e nozes frescas chegaram em maior volume a destinos como Reino Unido e Tailândia.

“O diferencial do Rio Grande do Norte é que a nossa a nossa balança comercial é bastante diversificada. Nós temos cerca de 84 países que recebem produtos potiguares. E de junho para agosto houve uma uma diversificação ainda maior. Outros países, principalmente europeus, entraram na rota de exportação de produtos potiguares”, explicou Hugo Fonseca, secretário adjunto de Desenvolvimento do estado.

Os mercados mais dependentes dos Estados Unidos, como o sal e o pescado esperam medidas dos governos estadual e federal, como benefícios fiscais, abertura de novos mercados e programas de apoio às empresas exportadoras.

Ao mesmo tempo, uma missão da Confederação das Indústrias em conjunto com oito federações industriais, incluindo a do RN, foi aos Estados Unidos no fim da semana passada para abrir um diálogo com o governo americano.

Os Estados Unidos mantém a posição de seguir com a tarifa, mas os empresários acreditam que o canal aberto permite um diálogo mais próximo para encontrar alternativas.

“Lá nós deixamos mensagens importantes referente à nossa economia, do ponto de vista de vantagem para o mercado americano. E daí a Federação da Indústria ter convocado as empresas americanas parceiras das nossas empresas aqui para estarem presentes nessas discussões. Essa é a grande é a grande estratégia que nós utilizamos, porque nós Plantamos lá informações específicas do nosso setor, mostrando a importância do nosso produto para o consumidor americano”, afirmou Roberto Serquiz, presidente da Federação das Indústrias do RN (Fiern).

Deu em G1/RN
Ricardo Rosado de Holanda
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