Universo 08/03/2024 09:19

Nasa divulga som da “mão de Deus” cósmica e outros áudios do espaço; ouça

A agência espacial transformou dados de diferentes objetos do Universo em sons inéditos e impressionantes; escute como soa uma galáxia espiral e a “nebulosa água-viva”

Em 2023, a Nasa divulgou uma imagem da “mão de Deus” cósmica. Apesar da aparência celestial, o objeto é, na verdade, oficialmente chamado de MSH 11-52 e corresponde a uma nuvem de partículas energizadas no espaço.

Mais recentemente, em 28 de fevereiro de 2024, a agência espacial norte-americana traduziu a imagem da “mão” gigante” em som.

Isso foi feito por meio do projeto de sonificação da Nasa, que consiste em traduzir dados do Universo para sons. Tais dados são coletados por telescópios como sinais digitais e, geralmente, transformados em imagens.

Porém, desde 2020, a Nasa resolveu transformar os dados em sonificações, na tentativa de incluir pessoas com deficiências visuais.

“Sonificações adicionam uma nova dimensão às deslumbrantes imagens do espaço, tornando-as acessíveis à comunidade cega ou com baixa visão pela primeira vez”, comenta, em comunicado, Liz Landau, da equipe de multimídia da Divisão de Astrofísica da Nasa.

“Mão de Deus”

A sonificação da “Mão de Deus” cósmica envolveu dados do Observatório de raios-X Chandra (traduzido como sons de cordas), do telescópio IXPE (sons de vento) e de instrumentos astronômicos baseados na Terra (sons de sintetizador). Ouça:

Galáxia espiral

A Nasa divulgou outras duas sonificações. Uma delas é da M74, uma galáxia espiral cujas informações vieram do Observatório de raios-X Chandra (sons etéreos vítreos e sons claros, ambos relativamente altos) e do Telescópio James Webb (faixas de frequências baixas, médias e altas, com as estrelas mais brilhantes sendo ouvidas como sons percussivos).

O resultado conta ainda com dados do Telescópio Hubble (sons de sintetizador, com sons metálicos finos dedilhados para estrelas e aglomerados brilhantes). Confira:

A “nebulosa água-viva”

A última sonificação é referente ao objeto IC 443, um remanescente de supernova apelidado de “nebulosa água-viva”.

O processo utilizou dados do Observatório de raios-X Chandra e da missão alemã ROSAT (tons mais elevados), dados de rádio do Observatório Very Large Array (tons médios) e dados ópticos do Digitized Sky Survey (tons mais baixos, com estrelas soando como gotas d’água). Escute:

A agência espacial dos Estados Unidos ainda está lançando um documentário sobre os bastidores do processo de sonificação.

Intitulado Listen to the Universe, o longa está disponível na plataforma gratuita de streaming NASA+.

Deu em Galileu

Ricardo Rosado de Holanda


Descrição Jornalista