Judiciário 21/05/2022 09:19

Ministros do STF intensificam conversas com militares e dizem não se preocupar com golpe

Percepção de alguns magistrados é de que Forças Armadas ajudariam a sedimentar os pilares da democracia diante ameaças de ruptura institucional

Uma ala de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) intensificou o diálogo com militares neste ano. Estão nesse grupo Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski, Alexandre de Moraes e o presidente da Corte, Luiz Fux.

A interlocutores, os ministros dizem que não têm preocupação com tentativa de golpe durante as eleições deste ano. Para eles, as Forças Armadas não participariam de um movimento desse tipo. Ao contrário, a percepção deles é de que os militares ajudariam a sedimentar os pilares da democracia diante de qualquer ameaça de ruptura institucional.

Por outro lado, outros ministros do STF e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que não têm tanto contato com a caserna se dizem preocupados com eventual participação das Forças Armadas em uma tentativa de golpe.

O temor é que, depois das eleições, a depender do resultado das urnas, haja manifestações com tentativa de invasão dos prédios do STF, do TSE e do Congresso Nacional, nos moldes do que ocorreu nos Estados Unidos depois da derrota de Donald Trump.

O ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, tem sido um importante interlocutor do STF – em especial, de Luiz Fux. Também falam com os ministros da Corte o ex-ministro-chefe da Secretaria de Governo, general Santos Cruz, e o ex-ministro-chefe da Segurança Institucional, general Sérgio Ecthegoyen.

Recentemente, a relação entre as Forças Armadas e o TSE entraram em crise. No ano passado, os militares fizeram uma série de questionamentos à Justiça Eleitoral sobre a confiabilidade do sistema eleitoral brasileiro.

No mês passado, Luís Roberto Barroso, ministro do STF e ex-presidente do TSE, disse que as Forças Armadas estariam sendo induzidas a atacar o processo eleitoral.

Deu em CNN

Ricardo Rosado de Holanda


Descrição Jornalista