Congresso Nacional 25/01/2021 11:49

Impeachment de Bolsonaro é inviável no momento, diz Simone Tebet

Para candidata à presidência do Senado, não há "vontade popular" para impedimento do presidente

Candidata à presidência do Senado contra o candidato do governo, a senadora Simone Tebet (MDB-MS) não vê viabilidade, no momento, para a abertura de um processo de impeachment do presidente Jair Bolsonaro.
Em entrevista ao Congresso em Foco, Tebet diz que, embora o assunto seja discutido por deputados, ainda não há força suficiente nas ruas e na Câmara para que um processo dessa natureza avance.
Presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e professora de Direito, ela evita avaliar se o presidente cometeu algum crime de responsabilidade até agora.

“Um processo dentro do Congresso Nacional, antes de jurídico, é um processo político. Se há, ou não, um crime de responsabilidade, o tempo vai dizer e deve ser investigado. Antes há uma preliminar muito importante a ser levada em conta, que é o fato de sermos uma Casa política, e depender de um dos elementos fundamentais para o início de um processo de impeachment: a vontade popular. Hoje as pesquisas mostram que a maioria da população não fala em impeachment e não quer o impeachment, isso é claro que é analisado pelo Congresso Nacional”, disse a senadora.
“É uma decisão coletiva que está sendo discutida, mas que neste momento não tem viabilidade”, acrescenta.

Primeira senadora indicada por sua bancada para concorrer à presidência do Senado, Tebet começa a última semana antes da eleição com o desafio de reverter uma aparente vantagem de seu adversário, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), nome que une o PT e o presidente Jair Bolsonaro. A senadora, no entanto, está acostumada a desafios.
Em 2019 enfrentou a cúpula emedebista ao se lançar de maneira à disputa da Casa. Abriu mão da candidatura no último instante para ajudar Davi Alcolumbre (DEM-AP) a derrotar Renan Calheiros (MDB-AL). Dois anos depois, os dois colegas de partido estão do mesmo lado contra o candidato de Alcolumbre. Ontem ela enviou a todos os colegas uma carta com suas intenções e compromissos.

Com o apoio declarado do MDB, do Podemos, do PSB e de parte do PSDB, a emedebista reconhece que largou atrás de Pacheco por ter sido indicada por seu partido apenas no último dia 12, enquanto seu adversário já estava com o bloco na rua desde que o Supremo Tribunal Federal vetou a reeleição de Alcolumbre e Rodrigo Maia (DEM-RJ).
A senadora aposta em seu perfil conciliador e na resistência de parte do Senado à possibilidade de a Casa ser presidida por um aliado do Planalto.
Deu no Congresso em Foco
Ricardo Rosado de Holanda


Descrição Jornalista