Saúde 23/09/2020 10:22

Saúde mental durante a pandemia preocupa psicólogos

Psicólogo alerta sobre a necessidade de atenção com os transtornos emocionais durante período sensível que o mundo está vivendo e lembra que a vida não estaciona para que a pandemia possa passar

O mês de setembro é dedicado, em todo o mundo, à conscientização sobre a saúde mental e a importância da prevenção ao suicídio.
Setembro Amarelo, como ficou conhecido, é o momento de trazer temas sensíveis e ainda considerados tabu para o debate, expondo de maneira clara e empática o que a pessoa que sofre não consegue perceber: há ajuda e há solução.

Neste ano, o contexto mundial da pandemia tende a agravar ainda mais a situação da saúde mental de pessoas em todo o planeta, podendo inclusive colocá-las em risco por conta do descuido com a própria saúde seja ela física ou mental.

O psicólogo Ronaldo Coelho, da capital paulista, lembra que, em maio, a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou relatório com alerta sobre a crise global da saúde mental em todo o mundo.
“Desde o início já dizíamos que era preciso investir mais no assunto porque o isolamento, o medo, a incerteza quanto ao futuro e até a economia causam grande sofrimento psicológico”.

O ano de 2020 é marcado pelo luto, seja pelas perdas de sonhos não realizados, planos paralisados ou abandonados e até mesmo por conta de perdas de pessoas queridas, familiares, emprego, renda, etc.

“A pandemia veio como um grande chacoalhão na vida de muitas pessoas. Todos tiveram que repensar a vida e a sobrecarga emocional que isso implica é enorme, gerando impactos físicos, como o cansaço extremo que nunca passa”, descreve o psicólogo.

O primeiro passo para cuidar do bem-estar físico durante a pandemia, segundo o psicólogo, passa pela criação de uma rotina.
“Temos que organizar o dia e, dessa forma nos preparamos psicologicamente para o que vai acontecer. Sem esse tipo de planejamento, ficamos angustiados e psiquicamente desorganizados, o que que pode desencadear uma desorganização do sistema imunológico ou queda da imunidade. Corpo e mente estão muito conectados”, reforça.

Outro ponto levantado por Ronaldo é que, gradativamente, estamos começando a retomar as atividades e adotando protocolos de segurança para reinventar o autocuidado.
“Tem gente que está paranóica com a possibilidade de ter de sair de casa. Isso tem até nome: Síndrome da Cabana. Neste caso não estamos falando de algo necessariamente ruim, porque essa paranóia decorre de um instinto de sobrevivência, mas é preciso cuidar para que a pessoa não fique paralisada em seu sofrimento. A vida continua acontecendo, ela não estaciona para que a pandemia possa passar”, conclui.
Fonte: Assessoria
Ricardo Rosado de Holanda


Descrição Jornalista