Vereadores da base de apoio ao prefeito Paulinho Freire (União Brasil) na Câmara Municipal de Natal (CMN) criticaram a manobra do Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte (Idema-RN) para boicotar a implantação do Parque Linear margeando avenida Engenheiro Roberto Freire, na Zona Sul da capital, na área do Parque das Dunas “Jornalista Luiz Maria Alves).
Os vereadores chamaram a atenção para o fato do Idema-RN, após inércia de três décadas, ter elaborado uma nova política de manejo para o Parque das Dunas dois dias depois do Executivo municipal anunciar parceria com o Exército Brasileiro para dar andamento à criação do Parque Linear.
Primeiro a levantar a questão em plenário, o vereador Léo Souza (Republicanos) classificou de “forças do mal” a turma que tenta retardar o desenvolvimento econômico e social de Natal.
O vereador Léo Souza relatou que no dia 23 de julho, o prefeito Paulinho Freire anunciou que Natal teria um parque linear numa pequena faixa do Parque das Dunas cedida pelo Exército, mas já na audiência pública ocorrida em 22 de agosto na CMN, representantes do Parque das Dunas “chegaram aqui, primeiro, com um documento atualizado que há 32 anos não se atualizava, um plano de manejo que foi feito em 1989”.
Léo Souza retrucou, na sessão da terça-feira (30/09), que “esse plano de manejo passou por governo de direita, governo de esquerda, passou por todos os governadores, prefeitos da cidade e nunca teve uma alteração”.
Mas depois de ter passado o Conselho Gestor do Parque, continuou Souza, “resolveu atualizar esse plano de manejo, que antes tinha 113 páginas e passou para 876 páginas somente com o objetivo de dificultar o Parque Linear”.
Por coincidência, no mesmo dia em que a Prefeitura de Natal e o Exército Brasileiro assinavam o termo de concessão autorizando o uso de uma área estratégica de 10 hectares ao longo da avenida avenida Engenheiro Roberto Freire para implantação do Parque Linear de Natal, Souza disse que em 25 de julho “estava publicado o novo plano de manejo do Parque Linear com o intuito exclusivo de prejudicar Natal”.
Para Léo Souza, as “forças do mal” foram contra o Plano Diretor da cidade, são contra qualquer atividade que gere emprego e tudo que falam sobre o desenvolvimento de Natal e agora são contra e se recusam a discutir o Parque Linear”.
Léo Souza defende a união de todos e conclamou aos opositores do prefeito “a usarem toda habilidade que têm para encontrar argumento para tudo, inclusive para defender um governo que não tem nada depois de sete anos, para que a gente construa algo de verdade que desenvolva a cidade, algo que gere emprego”.
O vereador Kleber Fernandes (Republicanos) também fez duras críticas às alterações realizadas pelo Conselho Gestor do Parque das Dunas no plano de manejo da unidade de conservação. Segundo o parlamentar, as mudanças burocratizam o processo e criam barreiras para inviabilizar a construção do novo Parque Linear, projeto anunciado pelo prefeito Paulinho Freire no último dia 23 de julho.
“É muito triste vir falar isso aqui, mas a turma do atraso atacou novamente a cidade. É lamentável vermos uma atitude mesquinha, que apequena Natal, inviabiliza o desenvolvimento social, turístico e econômico, além de travar novas oportunidades de negócios e o futuro da capital”, afirmou Kleber, em tom de indignação.
Kleber Fernandes disse que o documento relativo ao plano de manejo, após as alterações, incorporando definições, coordenadas e regras “extrapolam o limite da razoabilidade técnica”.
Kleber Fernandes ressaltou que a revisão inesperada logo após o anúncio do Executivo municipal demonstra, em sua visão, uma ação política deliberada do Governo do Estado para travar o projeto. “O que nós estamos vendo é uma atitude política, mas acima de tudo, um crime contra Natal e contra seu desenvolvimento. Isso ceifa a perspectiva de novos empregos e de sonhos para os natalenses”, reforçou o vice-líder do prefeito na Câmara.
O vereador Subtente Eliabe (PL) disse que o Parque Linear vai trazer benefícios para a população. “será mais uma opção de emprego, de renda para a cidade. “O Parque das Dunas é uma área de proteção ambiental, conta com 1.772 hectares e vai ocupar menos de 1% dessa área, que não dá 10 hectares”, destacou.
Subtenente Eliabe disse que “não é honesto alguém vir aqui, me refiro à última audiência pública que houve aqui, a pessoa responsável pelo Parque das Dunas, causando o terror que vai comprometer a questão da Mata Atlântica, vai comprometer a questão dos aquíferos”.
Eliabe explicou que a área cedida pelo Exército Brasileiro já é uma “antropizada, é um termo técnico, mas vou traduzir. uma que já foi transformada em razão da intervenção humana, por exemplo, teve uma pista de aeromodelismo”.
O vereador Fúlvio Saulo (SDD) que enquanto questionam com “tanto alarde o anúncio de um futuro projeto” como o Parque Linear, em João Pessoa (PB), por exemplo, anuncia-se um empreendimento com resort, parque temático, shopping aberto – o polo turístico da praia fdo Cabo Branco, com investimento de 480 milhões. “É um investimento fantástico na geração de emprego, e eu estava anotando aqui, em torno de 4 mil empregos diretos e indiretos durante a sua construção e mais de 2 mil empregos gerados depois da obra concluída”, mesmo numa área que desmatou 50 hectares de Mata Atlântica.
Pelo lado da oposição, o vereador Daniel Valença (PT) “não dá para a prefeitura colocar um fato político dado e não trazer o mínimo de investigação ambiental que ancore essa proposta”.
Para Valença, ”esse filme foi visto com a engorda de Ponta Negra, que significou gastar R$ 110 milhões para uma obra ruim que destruiu a praia e a população da Vila de Ponta Negra odeia, que a população do conjunto odeia, que a população da cidade odeia como ficou Ponta Negra”.
A vereadora Samanda Alves (PT) lembrou que “estão agora gastando rios de dinheiro para poder corrigir os erros” ocorridos na engorda de Ponta Negra. “Como é que o Idema vai analisar algo se não existe projeto. É uma intenção”, disse ela em relação ao Parque Linear.