Vendas no varejo do Brasil recuam 0,3% em julho, em linha com o esperado - Fatorrrh - Ricardo Rosado de Holanda
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Comércio 12/09/2025 14:39

Vendas no varejo do Brasil recuam 0,3% em julho, em linha com o esperado

Vendas no varejo do Brasil recuam 0,3% em julho, em linha com o esperado

Dados publicados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostraram que, em julho, as vendas do varejo recuaram 0,3% em relação ao mês anterior, com ajuste sazonal. Este é o quarto mês seguido de queda no setor.

Se comparada ao registrado no mesmo período do ano passado, a retração foi de 1%. Economistas esperavam uma queda de 0,3% do varejo frente a junho e alta de 0,8% na comparação anual, segundo pesquisa da Reuters.

Os números reforçam o indicativo de esfriamento gradual da atividade econômica na abertura do terceiro trimestre, em meio a juros elevados de 15%.

Das oito atividades do comércio varejista investigadas pelo IBGE, metade teve queda nas vendas, liderada por equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (3,1%) e tecidos, vestuário e calçados (2,9%). As maiores altas foram registradas em móveis e eletrodomésticos (1,5%) e livros, jornais, revistas e papelaria (1%).

O chamado comércio varejista ampliado, que inclui veículos, motos, partes e peças, material de construção e atacado de produtos alimentícios, bebidas e fumo, teve crescimento de 1,3% das vendas em julho sobre junho, com queda de 2,5% na comparação anual.

O gerente da pesquisa do IBGE, Cristiano Santos, destacou a perda de fôlego no curto prazo do varejo, que acumulou queda de 1,1% no patamar de vendas desde março. “O que se vê é uma trajetória lenta e contínua de queda do varejo brasileiro nesses últimos meses”, disse a jornalistas. “O crédito da pessoa física já começa a cair em função dos juros mais altos e isso influencia o comércio. A queda só é mais lenta por conta dos indicadores do mercado de trabalho.”

O Banco Central (BC) se reunirá na próxima semana para deliberar sobre os juros, após ter interrompido seu ciclo de alta no final de julho, anunciando a intenção de manter a Selic no patamar atual por tempo “bastante prolongado”.

Na ocasião, os diretores da autarquia destacaram que os indicadores de atividade econômica vinham apresentando certa moderação no crescimento, como esperado, mas que o mercado de trabalho ainda mostrava dinamismo — a taxa de desemprego foi de 5,8% nos três meses até junho, último dado disponível e o mais baixo da série do IBGE.

Números do instituto, compartilhados na semana passada, mostraram que a produção industrial do país também encolheu em julho, em 0,2%, marcando o quarto mês seguido sem crescimento.

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No segundo trimestre do ano, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro já mostrou desaceleração, marcando crescimento de 0,4% sobre os três meses anteriores, após avanço de 1,3% no primeiro trimestre.

Deu em Forbes

Ricardo Rosado de Holanda
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