* Davide Ancelotti parece ainda estar tentando encontrar o time ideal. No calendário real, é fim de agosto. Para o treinador italiano, ainda não são os dois primeiros meses de trabalho, em meio a um monte de competições e problemas e de pouco tempo para treinar.
* Por diversos erros de planejamento, o Botafogo precisa de um tempo que não tem. O técnico, idem. Davide Ancelotti, de forma sincera, admite que “não deu tempo de estudar a LDU”, se surpreende com jogo na altitude ou com “território hostil” em São Januário.
* A experiência dele é como auxiliar do pai, grande treinador, no Real Madrid, em contexto bem diferente. De clube consolidado, de ter os melhores jogadores do mundo, de poder contratar quem quiser. No Brasil, são viagens longas, pressão de torcida, lesões, reforços chegando, perda de atletas no meio da temporada e até instabilidade política da SAF do Botafogo.
* O técnico ainda não entendeu que no Brasil é comum – e necessário – substituir no intervalo. Que jogos mudam rapidamente, que o ambiente influencia, que adversários picotam jogos. Até mesmo que o treinador na beira do campo pode passar uma energia ao time, em vez de apenas observar.
* Não fez tanto sentido a escalação de dois centroavantes contra o Vasco. Atuação ruim, resultado OK. É mata-mata, é clássico, empatar fora de casa e trazer a decisão para o Estádio Nilton Santos é válido. Fez menos sentido não usar Jeffinho, manter Artur por tanto tempo, colocar Danilo como o extremo pela direita com três volantes em campo, Savarino atuar poucos minutos.
* Não faz sentido deixar Marlon Freitas como uma espécie de terceiro zagueiro, na saída de bola e na proteção. Perde-se o que Marlon tem de bem na organização e de passe verticais (sobretudo ser tive opções se movimentando). Expõe o volante e o time, porque não é um exímio marcador nem bom em bloquear finalizações. Nem tem tanta qualidade no jogo aéreo defensivo.
* Davide coloca Marlon e Danilo quase lado a lado, quando Marlon se acostumou a ser segundo volante nos últimos. Por que não tentar fixar Danilo, pelo menos por ora, como primeiro volante? Já jogou assim no Palmeiras, tem força, capacidade de marcação e jogo aéreo. Vai poder apoiar menos o ataque. Mas pode ser o melhor para o time.
* O Botafogo precisa se virar. É encontrar uma forma de se classificar sobre o Vasco, no dia 11 de setembro, ganhar tempo até semifinais e finais (em dezembro) e focar no Campeonato Brasileiro. Mesmo que aos trancos e barrancos, não dá mais para perder tempo.
