Universidade 24/05/2025 18:06
Pinturas rupestres do Geoparque Seridó são uma janela para o passado

Há um certo encanto em percorrer um lugar que ainda preserva o legado de um povo que há séculos desapareceu. As pinturas rupestres, além de servirem como uma janela para o passado, oferecem uma oportunidade de aprender sobre a vida das populações originárias.
As rochas do Geoparque Seridó, reconhecido como Geoparque Mundial da UNESCO, funcionam como tela para essas obras, abrigando mais de 130 sítios arqueológicos de arte rupestre e permitindo ao visitante a contemplação de centenas de exemplares.

Apesar de existirem marcações que comprovam a presença humana na área do Geoparque há cerca de nove mil anos, não se sabe ao certo quando as pinturas foram feitas. Segundo Marcos Nascimento, professor do Departamento de Geologia (DG) e coordenador científico do Geoparque, o mais provável é que os artistas tenham sido os ancestrais do povo indígena Tarairiú.
O que se sabe é que, embora a arte rupestre tenha um ar de primitividade, as técnicas utilizadas sugerem um processo organizado. As pinturas no Geoparque Seridó foram feitas com uma tinta mineral chamada ocre, encontrada na natureza em minerais como a hematita e a goethita, além de argila e caulim. Essa mistura produzia cores que variavam entre vermelho, amarelo, laranja e marrom. Provavelmente, eram usados pincéis bem finos, como sugerem desenhos que retratam fios de cabelo.

Outro processo de inscrição eram as gravuras. O artista martelava com outra pedra sobre a rocha. Em muitos dos sítios, os sulcos que constituem os desenhos foram aprofundados e alargados por polimento, realizado com água e areia, que serviam como abrasivos. Por isso, as inscrições se encontram próximas a corpos d’água.
As informações sobre esse povo ancestral, porém, são limitadas, assim como o significado preciso de sua arte. “Se observamos a pintura de uma ave, uma ema, isso pode significar que o artista viu o animal, que caçou uma ema, que queria caçar uma ema?”, explica Onésimo Santos, arqueólogo e autor do livro Geodiversidade na Arte Rupestre do Seridó Potiguar, escrito em parceria com Marcos. O que se pode supor é que a população vivia da caça e coleta e era nômade, já que o semiárido, na época, não oferecia recursos suficientes para sustentar um grupo em um lugar fixo.

De acordo com o livro A Simbologia Rupestre do Rio Grande do Norte, do professor da Universidade Estadual do Rio Grande do Norte (UERN) Valdeci dos Santos Júnior, são descritos 107 sítios arqueológicos de arte rupestre no Seridó, Geoparque Mundial da Unesco. Segundo Marcos, porém, esses não são os únicos, outros estão sendo catalogados aos poucos.
A conservação das pinturas rupestres é realizada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em parceria com os municípios que abrangem o território do Geoparque Seridó. Para Marcos, ações de educação e turismo também contribuem para a proteção, desde aulas teóricas até visitas ao local. “Os guias de turismo e condutores locais, quando levam os visitantes a esses sítios, também transmitem informações sobre a necessidade de conservação”, afirma o professor.

Deu no Portal da UFRN
 
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