Segundo Eva, deixar o canal de comunicação aberto com o ex prolonga a dor e dificulta o processo de luto. Ela também indicou que o outro extremo, não falar, também pode ser prejudicial.

“Cortar o contato pode ser um alívio imediato. Dá espaço, quebra rotinas e silencia os estímulos que desencadearam a dor. Mas isso não significa que você está seguindo em frente”, enfatizou.

“Às vezes, você simplesmente para de falar com a outra pessoa, mas continua falando sobre ela com as pessoas ao seu redor. Ou pior ainda, continua falando sobre ela consigo mesmo. Repetidamente. Sem contato, sim… mas com a cabeça ainda girando”, explicou a profissional, que se aprofundou no estado emocional de pessoas que sofrem separações.

“O problema não é o silêncio, mas tudo o que continuamos dizendo internamente. O contato zero corta o estímulo externo, mas se não fizermos nada sobre o estímulo interno, a ruminação (pensamento repetitivo e obsessivo) continua”, indicou a especialista.

Em meio a pensamentos e atitudes que não ajudam a restaurar o psiquismo das pessoas, a especialista em saúde mental ofereceu uma recomendação a ser colocada em prática para amenizar os danos.

“O que precisamos fazer é olhar para dentro. Não para nos punir, mas para nos compreender. Deixar ir não é esquecer; é colocar os cacos no lugar. E isso só acontece quando você dá forma à dor, quando consegue contar a história sem ficar preso em um lugar só. O verdadeiro passo é parar de girar emocionalmente em torno dela. É aí que começa a verdadeira virada de página”, concluiu Murillo.

A psicóloga Ángela Fernández, especialista em relacionamentos, revisou as cinco perguntas que você deve se fazer para determinar se deve continuar junto ou se é necessária uma mudança de ares.

“Se você sente apenas rotina, desconexão, monotonia ou desinteresse, é importante examinar seu relacionamento e seus sentimentos. Rotina não é sinônimo de desinteresse; é uma parte natural de um relacionamento duradouro”, enfatizou Ángela.

“Se falamos apenas sobre coisas do dia a dia, trabalho, tarefas domésticas ou os filhos, vocês podem ter perdido a intimidade emocional. Para cultivar um vínculo, é importante compartilhar momentos íntimos, ouvir um ao outro de verdade e perguntar um ao outro como nos sentimos”, esclareceu a psicóloga.

“Às vezes, continuamos por inércia, por medo de machucar alguém, mas o amor verdadeiro deve ser livre”, ressaltou ela.

“Não precisa ser ideal ou perfeito, mas é importante saber se você consegue se visualizar crescendo com essa pessoa”, explicou a especialista, referindo-se ao futuro.