Estabelecida pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2015, a Agenda 2030 é um plano de ações que reúne 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) para erradicar a pobreza e promover a vida digna da população global.

Nesse sentido, o IDSC atua como uma ferramenta de avaliação de 100 indicadores socioeconômicos e ambientais no Brasil.

Dentre os fatores considerados pelo IDSC estão questões como fome, renda, saúde, educação, saneamento básico, igualdade de raça e gênero, emissões de gases poluentes, desflorestamento, violência e infraestrutura urbana.

No estudo, as cidades recebem uma pontuação geral para o conjunto dos 17 ODS e outra específica para cada objetivo.

A escala do Índice vai de 0 a 100; quanto maior o número, mais alto é o nível de desenvolvimento sustentável da localidade.

A edição de 2023, porém, apontou dados preocupantes sobre a adoção de políticas eficazes no país: nenhuma cidade em todo o território nacional conseguiu uma pontuação acima de 80.

Apenas 45 municípios — o que corresponde a 0,8% do total do país — ficaram acima dos 60 pontos, nível considerado “alto” pelo estudo. Boa parte das localidades, cerca de 3.346 (40%), encontra-se na faixa entre 40 e 49 pontos, correspondente a um nível “baixo” de desenvolvimento.

Das dez cidades com a maior pontuação, oito estão no estado de São Paulo, uma em Minas Gerais e uma em Santa Catarina.

A campeã do ranking, com 63,42 pontos, foi São Caetano do Sul, na região metropolitana da capital paulista.

Já dentre as dez com a menor pontuação, seis estão no Pará, duas no Maranhão e duas na Amazônia. Na ‘lanterna’ está Buriticupu (MA), avaliada pelo IDSC com uma pontuação de 29,79.

Em 2023, o índice incorporou novas ferramentas e funcionalidades que permitiram comparar, por cidade, a variação da pontuação em cada ODS desde 2015.

As visualizações foram aprimoradas com novos mapas e gráficos.

Isso fez com que os especialistas identificassem, por exemplo, que em relação à educação de qualidade (ODS 3) 3.111 cidades (55% do total) apresentam nível de desenvolvimento “baixo” ou “muito baixo”.

Entre as demais, 1.797 (32%) atingiram o nível “médio” e 662 (11%) “alto”. Mais uma vez, nenhum município atingiu o nível “muito alto” (acima de 80 pontos).

Outro destaque do levantamento é em relação às dificuldades do desenvolvimento sustentável na Amazônia Legal: dos 100 municípios com a menor pontuação, 84 estão por lá.

A região é formada por 772 cidades do Norte, Nordeste e Centro-Oeste e, desse total, 753 (97%) têm nível “baixo” ou “muito baixo” de desenvolvimento e somente 19 alcançaram 50 pontos ou mais, mas sem passar de 60.