Personalidades 30/08/2025 10:51
Luis Fernando Verissimo deixou em vida 7 dicas para quem gosta de escrever; veja
O consagrado escritor gaúcho Luis Fernando Verissimo morreu aos 88 anos, na madrugada deste sábado (30), em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Segundo informações do G1, o motivo do óbito foram complicações de uma pneumonia.
Verissimo estava internado na UTI do Hospital Moinhos de Vento desde o dia 11 de agosto. Ele tinha dificuldades motoras e de comunicação decorrentes de um Acidente Vascular Cerebral (AVC) que sofrera em 2021, além de Parkinson e problemas cardíacos.
Durante sua extensa carreira, o escritor publicou mais de 70 livros, que tiveram 5,6 milhões de cópias vendidas. Ele escrevia desde crônicas humorísticas até contos e romances. Também foi cartunista, tradutor, roteirista, publicitário, revisor, dramaturgo e colunista em veículos como O Estado de S.Paulo, O Globo, Veja e Zero Hora.
Entre suas principais obras, estão Amor Brasileiro, O Analista de Bagé, A Velhinha de Taubaté, Humor nos Tempos do Collor, Comédias da Vida Pública, Comédias para se Ler na Escola, As Mentiras que os Homens Contam e Gula – O Clube dos Anjos. Verissimo deixa a mulher, Lúcia Helena Massa, três filhos e dois netos.
Em artigo publicado pela Companhia das Letras em 2020, o jornalista Marcelo Dunlop, que organizou os livros Verissimas e Verissimo antológico, registrou algumas dicas que Luis Fernando deixou em vida para quem gosta de escrever e deseja aprimorar a escrita. Veja:
Verissimo costumava dizer, em palestras e entrevistas, que “escreve bem quem lê bem”. Seu livro preferido era O Grande Gatsby, de F. Scott Fitzgerald, e entre seus humoristas de referência estavam Millôr Fernandes e Evelyn Waugh.
Ao longo da vida, mergulhou também em obras de grandes nomes da literatura, entre eles seu pai, Érico Verissimo, além de Jorge Amado, Jorge Luis Borges, Agatha Christie, Carlos Drummond de Andrade, Gustave Flaubert, Graciliano Ramos, Ernest Hemingway, James Joyce, Clarice Lispector, Herman Melville, Vladimir Nabokov, Edgar Allan Poe, Mary Shelley e os dois Rubem — Braga e Fonseca.
Na famosa crônica dos anos 1980, O gigolô das palavras, Verissimo dizia que “Escrever bem é escrever claro, não necessariamente certo. Por exemplo: dizer ‘escrever claro’ não é certo, mas é claro, certo? O importante é comunicar. (E quando possível surpreender, iluminar, divertir, comover…)”.
Em outra crônica, ele afirmou: “Quando o leitor não entende o que um jornalista escreveu, a culpa é sempre do jornalista”.
Luis Fernando Verissimo conheceu muitos autores renomados que eram amigos de Érico Verissimo. Mas ele também se inspirava em Edson Arantes de Nascimento, o jogador Pelé.
“Sempre achei que o melhor professor de português do Brasil foi o Pelé. Quem o viu jogar ou hoje vê os seus teipes sabe que o Pelé jamais fez uma jogada que não fosse parte de uma progressão para o gol”, disse Verissimo, na obra Verissimas.
Ele continua:
“O sentido de tudo que o Pelé escrevia com a bola no campo era o gol. O drible espetacular era apenas circunstancialmente, com perdão do longo advérbio, espetacular, porque ele existia em função do objetivo final. A lição para escritores é: defina o seu gol e tente chegar lá como o Pelé chegaria, com poucos mas definitivos toques, sem nunca deixar que os meios o desviem do fim. E se, no caminho para o gol, você fizer alguma coisa espetacular, esforce-se para dar a impressão de que foi apenas por obrigação.”
“Faz parte da arte de escrever a distribuição sagaz de espaços abertos, como os jardins nas casas”, escreveu Luis Fernando na crônica Carta do Fuás. “Assim respira o texto e respira o leitor. Toda arquitetura, de pedra ou palavra, deve ter aberturas bem-postas por onde circule o ar e cure-se a opressão.”
Em uma citação em Verissimas, o escritor declara: “O pecado que um escriba mais teme é o da redundância”.
Verissimo dizia, sobre a escola das palavras: “Só uso as que eu conheço, as desconhecidas são perigosas e potencialmente traiçoeiras”.
Durante uma entrevista no livro Conversa sobre o tempo, Verissimo usa a história de um escultor que fez um magnífico cavalo de mármore para explicar o ofício da escrita. Sobre alcançar a perfeição, ele diz: “Escolhi a pedra, as ferramentas e tirei tudo o que não era cavalo.” Para ele, “escrever é tirar tudo o que não é cavalo.”
Deu em Galileu
Descrição Jornalista
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