Economia 13/09/2025 10:38
Dólar reina há 80 anos: entenda por que, mesmo com a pressão do BRICS, será quase impossível substituí-lo tão cedo e como se tornou a principal moeda do mundo
O dólar norte-americano conquistou uma posição central no comércio e nas reservas internacionais. Esse protagonismo, no entanto, foi resultado de um longo processo histórico, que começou há oito décadas e envolveu decisões econômicas e geopolíticas.
Segundo a economista e professora da FGV, Carla Beni, a moeda dos Estados Unidos ganhou destaque principalmente após a Segunda Guerra Mundial. Nesse período, o país consolidou sua força econômica e militar, tornando-se referência mundial.
O marco decisivo veio em 1944, durante a Conferência de Bretton Woods. Mais de 40 nações concordaram em estabelecer um novo sistema financeiro global, no qual o dólar seria a moeda central, com valor atrelado ao ouro.
Esse acordo deu ao dólar uma credibilidade inédita. Muitos países passaram a manter reservas em dólares como forma de estabilizar suas próprias moedas e facilitar o comércio internacional. Foi a transformação que moldou o sistema financeiro moderno.
Em 1971, o então presidente Richard Nixon encerrou o vínculo direto entre o dólar e o ouro. Apesar disso, a moeda dos Estados Unidos manteve seu papel central.
Isso aconteceu porque o país já havia consolidado instituições estáveis e um mercado financeiro com alta liquidez.
Além disso, os mesmos Acordos de Bretton Woods criaram instituições fundamentais, como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD). Essa estrutura ampliou ainda mais o poder econômico norte-americano.
Carla lembra que, desde então, praticamente todas as nações passaram a acumular reservas em dólares. Esse movimento garantiu força e estabilidade ao dólar no cenário internacional até os dias de hoje.
Nos últimos meses, o dólar tem perdido valor. O índice DXY, que mede seu desempenho frente a uma cesta de moedas, registrou queda de cerca de 10% neste ano.
Ao mesmo tempo, as políticas comerciais adotadas pelo presidente Donald Trump, como o tarifaço, estimularam aproximações entre países fora da órbita dos Estados Unidos.
O bloco Brics, por exemplo, passou a discutir alternativas ao uso do dólar em suas transações.
Mesmo com esses sinais de fragilidade, o dólar continua sendo a principal moeda das reservas cambiais dos bancos centrais.
Ele também domina os pagamentos internacionais e serve de refúgio em momentos de instabilidade.
Carla destaca que, apesar das desvalorizações, o peso acumulado em 80 anos de consolidação não desaparece de imediato. Portanto, mudanças nesse cenário tendem a ocorrer de forma lenta e gradual.
“O dólar ainda é a moeda de reserva global. Alterações em seu valor impactam diretamente os demais países. Por isso, qualquer substituição não será imediata”, afirma a economista.
Para que uma nova moeda consiga substituir o dólar, alguns fatores são indispensáveis. Entre eles, confiança generalizada na estabilidade econômica e política do emissor, seja ele um país ou um bloco.
Também seria necessário um mercado financeiro robusto, com ampla liquidez, além da aceitação global nas operações comerciais.
Outro ponto essencial é a integração com infraestruturas de pagamento já existentes, o que exige adaptações de alcance mundial.
Carla ressalta que esse processo levaria tempo. Embora não precise repetir os 80 anos que o dólar levou para se consolidar, a substituição exigiria um período considerável de ajustes e confiança.
A hegemonia do dólar continua sendo um dos pilares do sistema financeiro global. Mas o cenário atual mostra sinais de transição.
A queda de valor e a busca de alternativas por blocos como o Brics indicam que a moeda norte-americana pode perder parte de sua força.
Isso não significa que o dólar deixará de ser usado. Pelo contrário, ele deve permanecer como referência durante muitos anos. Mas há um movimento crescente que, aos poucos, pode reduzir sua centralidade.
Nas palavras de Carla Beni, existe sim a chance de outra moeda assumir um papel relevante. No entanto, o caminho para isso envolve confiança, estrutura e tempo.
Com informações de Bora Investir/CPG
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