A CPMI do INSS rejeitou nesta quinta-feira, 16, os requerimentos de convocação do vice-presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico – irmão do presidente do Lula (PT). Foram 19 votos contra os pedidos e 11 a favor.
O governo se posicionou contra a convocação na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que investiga o esquema nacional de descontos associativos não autorizados em aposentadorias e pensões, e acabou derrotando a oposição, que queria convocá-lo.
“A participação do Frei Chico no esquema do INSS é clara, é evidente. Quem não deve não teme. Se o Frei Chico não tem nada, não tem problema nenhum, então porque essa blindagem? Estão com medo, realmente, de chegar no presidente Lula? Porque é inadmissível um rombo d 6 bilhões de reais e ficarem blindando aqui as pessoas”, afirmou o líder da oposição no Congresso, senador Izalci Lucas (PL-DF).
Já a senadora Eliziane Gama (PSD-MA) criticou uma eventual convocação. “O Frei Chico não tem nenhuma atividade administrativa, nenhuma atividade financeira num sindicato que ele está há um ano. Ele não está há 10, há 15, desde 2015. Ele está desde 2024 nesse sindicato, com uma função simbólica. Não tem uma atividade administrativa, não tem uma atividade administrativa, não faz movimentação financeira, não participa de nenhuma atividade que o ligue ao que estamos investigando aqui nesta comissão”, argumentou a congressista.
Em 20 de agosto deste ano, o relator da CPMI, Alfredo Gaspar (Uniao-AL), apresentou pedido de convocação do irmão de Lula sob o argumento de que o Sindnapi está no “centro” do escândalo de roubo de aposentadorias e pensões.
Uma das empresas de familiares dirigentes do Sindnapi, a Gestora Eficiente, teria recebido em torno de 4,1 milhões de reais em “comissões” por processar filiações de aposentados, segundo o parlamentar.
O ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o sequestro de 389 milhões de reais em bens e valores do sindicato.
A ordem do ministro atinge o atual presidente da entidade, Milton Baptista de Souza Filho, o Milton Cavalo, e o espólio do ex-presidente João Batista Inocentini, o João Feio, que morreu em 2023.