CPMI do INSS: presidente de confederação de pescadores é preso - Fatorrrh - Ricardo Rosado de Holanda
FatorRRHFatorRRH — por Ricardo Rosado

Corrupção 04/11/2025 08:32

CPMI do INSS: presidente de confederação de pescadores é preso

CPMI do INSS: presidente de confederação de pescadores é preso

O presidente da CPMI do INSS, senador Carlos Viana (Podemos-MG), deu voz de prisão ao presidente da Confederação Brasileira dos Trabalhadores da Pesca e Aquicultura (CBPA), Abraão Lincoln Ferreira da Cruz, por falso testemunho.

A prisão do depoente de segunda-feira, 3, foi requerida pelo relator da comissão, deputado Alfredo Gaspar (União-AL).

Segundo o relator, ele mentiu sobre o motivo de sua saída da direção da Confederação Nacional dos Pescadores e Aquicultores (CNPA) e “negou por meio do silêncio” conhecer Antônio Carlos Camilo Antunes, o Careca do INSS, embora tenha admitido o vínculo com o lobista ao responder outras perguntas.

O depoente também foi acusado de ter mentido sobre sua relação com Gabriel Negreiros, tesoureiro da CBPA, e sobre o alcance de uma procuração passada a Adelino Rodrigues Junior, que tinha poderes para movimentar recursos da confederação.

“Na madrugada de ontem, 03/11, determinei a prisão em flagrante do Sr. Abraão Lincoln Ferreira da Cruz por falso testemunho nesta CPMI. Mentiu diante das provas, omitiu diante da verdade. Hoje, o Parlamento fala em nome das viúvas, órfãos e aposentados lesados pelo Estado”, escreveu Carlos Viana no X.

Silêncio

Alfredo Gaspar confrontou o presidente da CBPA com uma informação da Controladoria-Geral da União (CGU) de que a entidade tentou incluir mortos em descontos associativos.

“O senhor é recordista como presidente da CBPA de tentativa de inclusão de pessoas mortas em descontos associativos. Ninguém chegou nem perto. Mais de 40 mil mortos [40.054 no período de 2023 e 2024] tiveram seu cadastro como tentativa de inclusão em desconto associativo, iniciou Gaspar.

Em 2023, Abraão já era presidente da entidade. “Essa é uma informação da CGU com Dataprev e INSS. Vocês tentaram colocar 40 mil mortos em descontos associativos. Eu pergunto: de quem é a responsabilidade dessa falcatrua? É do presidente da CPBA ou a quem o senhor delegou poderes para fazer isso?”, falou o relator.

Abraão Lincoln usou o direito de permanecer em silêncio em perguntas que poderiam levar à sua autoincriminação e não respondeu aos questionamentos do relator sobre a inclusão de mortos.

Reuniões no Planalto

Em outro momento do depoimento, Gaspar quis saber de Abraão com quem ele se reuniu no Palácio do Planalto nos dias 1º de julho e 19 de agosto de 2025. Segundo o depoente, nas duas ocasiões, tratou da Medida Provisória (MP) que tributava investimentos, que já caducou, com a ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann. Ele detalhou que o segmento da pesca tinha reivindicações sobre o seguro-defeso na MP.

Além disso, disse que alguns parlamentares da bancada da pesca participaram da primeira reunião, mas que não se lembra dos nomes.

“Senhor presidente [da CPMI], eu queria deixar registrado esse primeiro ponto aí que eu perguntei ao depoente nada que o incrimina quem eram os parlamentares que estavam lá no momento que eles se encontravam. Está ocultando a verdade, pontuou Gaspar.

Prisões na CPMI do INSS

Além do presidente da CBPA, outros dois depoentes receberam voz de prisão na CPMI do INSS.

São eles: Carlos Roberto Ferreira Lopes, presidente da Confederação Nacional de Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (Conafer), e Rubens Oliveira Costa, ex-diretor de empresas ligadas ao Careca do INSS.

Deu em O Antagonista
Ricardo Rosado de Holanda
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