Conselho Europeu decidiu nesta segunda-feira, 20, eliminar as importações de gás natural russo até 2028.
A interrupção do fornecimento é exigida há muito tempo por Washington e Kiev, como medida de retaliação à ditadura de Vladimir Putin, que invadiu a Ucrânia em 2022.
A exportação de gás é uma das principais fontes de financiamento da máquina de guerra russa.
Transição
As importações de gás russo serão proibidas a partir de 1º de janeiro de 2026. Todavia, será mantido um período de transição para os contratos existentes até 1º de janeiro de 2028.
Os contratos de curto prazo celebrados antes de 17 de junho de 2025 poderão continuar em vigor até 17 de junho de 2026, enquanto os contratos de longo prazo poderão vigorar até 1º de janeiro de 2028.
Segundo o bloco, alterações em contratos existentes serão permitidas apenas “para fins operacionais estritamente definidos e não podem levar a volumes maiores, exceto por algumas flexibilidades específicas para estados-membros sem litoral afetados por mudanças recentes nas rotas de fornecimento”.
“Uma Europa independente em termos energéticos é uma Europa mais forte e segura. Embora tenhamos trabalhado arduamente e nos esforçado para retirar o gás e o petróleo russos da Europa nos últimos anos, ainda não chegamos lá. Portanto, é crucial que a Presidência dinamarquesa tenha obtido o apoio esmagador dos ministros da Energia europeus para a legislação que proibirá definitivamente a entrada de gás russo na UE”, afirmou o ministro do Clima, Energia e Serviços Públicos da Dinamarca, Lars Aagaard.
Diversificação
A decisão, no entanto, ainda não é definitiva, já que os países da UE precisam negociar as regras finais com o Parlamento Europeu.
A regulamentação proposta exige que todos os Estados-membros da UE apresentem planos nacionais de diversificação energética.
A Rússia é responsável por 12% das importações de gás da UE.
Antes da invasão da Ucrânia em 2022, os russos respondiam por 45% das importações de gás do bloco.
Brasil e a dependência dos fertilizantes russos
Enquanto a Europa avança para eliminar as importações de gás da Rússia, o Brasil segue dependente dos fertilizantes russos.
Responsável por 8% do consumo global de fertilizantes, o Brasil compra 30% dos insumos que importa da Rússia.
Cerca de 90% dos fertilizantes usados no país são importados.
Deu em Crusoé