Biotecnologia, energia, têxtil e alimentos: RN inova em diferentes segmentos - Fatorrrh - Ricardo Rosado de Holanda
FatorRRHFatorRRH — por Ricardo Rosado

Indústria 25/11/2025 17:40

Biotecnologia, energia, têxtil e alimentos: RN inova em diferentes segmentos

Biotecnologia, energia, têxtil e alimentos: RN inova em diferentes segmentos

Por 15 anos, uma equipe multidisciplinar do laboratório de Biologia Molecular e Genômica da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) esteve dedicada a desenvolver novas técnicas de genética ambiental, microbiologia de petróleo, biologia molecular, bioquímica e bioinformática.

Ali nascia a Microciclo, uma spin off – negócio derivado de uma outra instituição, seja uma empresa “mãe”, uma universidade ou centro de pesquisa – que criou um método de tratamento de resíduos oleosos da indústria.

Tendo a ciência como aliada, cinco pesquisadoras usam bactérias não patogênicas para degradar frações do petróleo dos efluentes industriais, que exigem tratamento e destinação correta. Em seis anos, a startup conquistou oito programas de aceleração/editais, R$ 800 mil de investimento e quatro prêmios, sendo três internacionais.

Além disso, validou a solução com 15 diferentes tipos de resíduos. Mas esse é só um exemplo de inovação e sustentabilidade com DNA potiguar.

A Jornada Nacional de Inovação da Indústria, evento itinerante da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), está percorrendo todo o país para traçar desafios, propostas e inovações de cada estado.

Nesta terça-feira (25), em Salvador, acontece o terceiro encontro regional da Jornada, do Nordeste, que vai reunir os estados da região.

Para cada unidade da federação, a Agência de Notícias da Indústria está publicando uma matéria para contar um pouco mais sobre o ecossistema industrial e de inovação. Já trouxemos um panorama sobre RS, SC, PR, GO, DF, MS, MT, MA e PI. Agora é a vez do Rio Grande do Norte.

Como reduzir o impacto da produção de 4 milhões de peças de vestuário?

Em 1947 em Natal, dois irmãos potiguares fundaram a Guararapes sem ter ideia de que nascia uma das maiores redes de lojas de departamento do Brasil.

A pequena loja de tecidos virou uma confecção em Recife, voltou com a matriz para o RN e, com a aquisição das lojas Riachuelo e Wolens, se consolidava, enfim, o grupo de varejo têxtil. Hoje, são mais de 400 lojas espalhadas pelo país e 30 mil funcionários, sendo metade deles no Nordeste.

Localizado às margens da Lagoa de Extremoz, em Natal, o parque fabril abriga uma das maiores operações de corte têxtil da América Latina, com um sistema automatizado e mais de 700 metros de mesa de corte, que possibilitam a produção de até 4 milhões de peças por mês.

Entre as ações de sustentabilidade, destacam-se a substituição do combustível do sistema de caldeiras da fábrica de gás natural para biomassa; a busca por matérias-primas – fios, tecidos e peças compradas – com menor fator de emissão; e o uso de tecnologias como ozônio, laser e nebulizações, que reduzem em até 20 vezes o consumo de água na confecção das peças.

E, junto ao Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), o grupo está desenvolvendo uma tecnologia para criar uma fibra a partir da reciclagem de resíduos.

Energia dos ventos e alimento do mar

Uma das maiores empresas de energia elétrica do país começou com a privatização das estatais do Rio Grande do Norte (Cosern) e da Bahia (Coelba), em 1997. Em quase três décadas, a Neoenergia consolidou sua presença em distribuição e transmissão nas cinco regiões do Brasil e ampliou os projetos de energia renovável.

Das 19 unidades da federação onde a empresa está presente, o RN tem o maior número de complexos de energia eólica: Calango, Mel, Arizona, Santana e Rio do Fogo, que foi um dos primeiros do território nacional, em operação desde 2006.

Outra referência, mas no segmento de alimentos e de exportação de pescados no Brasil, a Produmar começou exportando cauda de lagosta congelada para os Estados Unidos, mas, em cinco décadas, ampliou o portfólio e a presença mundial. A empresa construiu um porto pesqueiro particular para atender à demanda de prestação de serviços que a pesca oceânica criou no nordeste brasileiro.

Hoje atua com recebimento, beneficiamento, congelamento e distribuição não só de lagostas, mas de camarão, lula, ovas e diversos peixes, incluindo atum. Está presente em 15 países e tem mais de 80% da produção destinada à exportação.

Neoenergia

Uma das maiores empresas de energia da América Latina no setor integrado – que envolve geração, distribuição, transmissão e comercialização -, atua em 18 estados brasileiros e no Distrito Federal. Anualmente, são investidos mais de R$ 100 milhões em projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação, incluindo redes inteligentes, as smart grids, e energias renováveis.

Riachuelo

Entre os grandes números da empresa de varejo têxtil estão uma fábrica em Natal (RN) e uma em Fortaleza (CE), mais de 400 lojas, três centros logísticos, uma transportadora, um shopping center, dois teatros e um escritório exclusivo em Xangai, na China. Para alcançar metas de redução de emissões de gases de efeito estufa e de impacto ambiental das operações, a empresa tem um conjunto de ações. Entre elas, reciclagem têxtil e, para o jeans (produto que consome maior quantidade de água), lavagem a laser, desengomagem, limpeza e clareamento com ozônio e tratamento das peças com nebulizadores.

Produmar

Fundada nas margens do rio Potengi, em Natal, em 1970, a Produmar tem como foco a exportação de produtos pesqueiros congelados. Os principais produtos são peixes oceânicos (atuns e espadartes), peixes costeiros, lagosta, camarão, lula e ovas de peixe voador. Entre as tecnologias usadas pela empresa estão um sistema com dados oceanográficos para os navios melhorarem a pesca e um sistema para a indústria de beneficiamento com dados de rastreamento da classificação dos atuns.

Recicla

Criada em 2009 pela Patrícios Metais – empresa de compra e venda de metais não ferrosos, como alumínio, bronze e cobre -, a Recicla tem capacidade para armazenamento de 3 mil toneladas de materiais/mês. Entre os principais materiais 100% recicláveis com que trabalham estão: alumínio, baterias, bronze, cobre, metal e radiadores.

Dois A Engenharia

O segmento de engenharia do grupo Dois A – que ainda tem o braço de incorporações e de torres eólicas + serviços de manutenção – se especializou em obras de infraestrutura urbana, viária e de energias renováveis. Entre as obras em andamento estão os parques eólicos de Cajuína e Serra do Tigre (RN) e a usina fotovoltaica de Barro Alto (GO). Pioneira em energias renováveis, a empresa potiguar já executou obras de mais de 150 parques eólicos e de 1.400 km de vias de acesso.

Capte.AI

A empresa de tecnologia captou, em 15 anos, mais de R$ 65 milhões em editais de fomento e agora ensina outras empresas a fazer o mesmo, com uso de inteligência artificial. Ou seja, eles têm uma plataforma de IA que elabora projetos de captação de recursos de subvenção econômica.

Da Agência CNI de Notícias

Por Amanda Maia

Foto: Alex Régis/Neoenergia

Deu no Portal da Fiern

Ricardo Rosado de Holanda
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Descrição Jornalista