Saúde 28/10/2025 12:03
A cada minuto, cerca de 38 pessoas são diagnosticadas com câncer no mundo. Veja as causas!
A cada minuto, cerca de 38 pessoas são diagnosticadas com câncer no mundo.
E esse número deve ficar maior nos próximos anos: até 2050, o total pode subir para aproximadamente 67 diagnósticos por minuto, segundo estimativas da IARC (Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer) e da ACS (Sociedade Americana do Câncer).
O levantamento mais recente, publicado em 2022, registrou quase 20 milhões de novos casos e cerca de 10 milhões de mortes pelas diferentes formas da doença. As projeções indicam que o total anual de diagnósticos poderá chegar a 35 milhões até 2050 — um crescimento de 77% em relação a 2022.
Mas por que o câncer tem crescido de forma tão expressiva no mundo? Segundo Luis Alberto Suárez, diretor médico de Oncologia da Pfizer para a América Latina, isso se deve a uma combinação de fatores:
a falta de prevenção e diagnóstico precoce, o ritmo desafiador da inovação nos tratamentos (ligado à própria complexidade da doença) e, sobretudo, a dificuldade de garantir equidade no acesso às terapias.
Durante o Seminário Educativo Latino-Americano de Oncologia, promovido entre os dias 2 e 3 outubro pela Pfizer em Lima, no Peru, o médico também destacou o envelhecimento populacional como um dos principais fatores associados ao aumento global dos casos.
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“Os avanços técnicos do presente nos trarão mais mudanças na atenção oncológica nos próximos 20 anos do que tudo o que vivemos nos 50 anos anteriores”, afirmou Suárez. “O que isso significa? Que teremos mais câncer. Por quê? Porque, graças a Deus, temos maior expectativa de vida da população mundial”.
Os tumores são mais frequentes na velhice, porque o envelhecimento traz mudanças biológicas diretamente ligadas ao surgimento do câncer.
“Nós mudamos células do nosso organismo, todos os dias nosso DNA se move dentro de cada célula, e existem erros [que vêm] desse crescimento celular. Geralmente, esses erros são detectados pelos glóbulos brancos. Chega um momento que isso não acontece, porque é um crescimento celular anômalo”, diz Suárez.
Outros fatores de risco, ligados a hábitos da população, também ajudam a explicar o aumento dos casos — entre eles, o alcoolismo, a obesidade e o tabagismo.
“O álcool altera o metabolismo do fígado quando em grandes quantidades”, explica o médico. “Isso faz com que comecem também a haver mutações, sobretudo no fígado”. Estão inclusive associados ao abuso de álcool o câncer de cólon, esôfago e mama.
No caso da obesidade, Suárez conta que há uma alteração no microambiente celular que favorece mudanças genéticas capazes de causar câncer. “A obesidade tem muito a ver com o câncer de mama, porque produz mais estrógeno, aumentando as chances do tumor de mama. Ela também tem muita relação com tumores de pâncreas, vesícula, rins, aumentando sua incidência”, diz.
Já o fumo continua sendo a principal causa do tumor de pulmão — o tipo de câncer mais diagnosticado em 2022, com quase 2,5 milhões de novos casos, o equivalente a um em cada oito diagnósticos no mundo (12,4% do total global). Em seguida, aparecem o câncer de mama feminino (11,6%) e o colorretal (9,6%).
O câncer de pulmão também lidera as causas de morte por câncer, sendo responsável por cerca de 1,8 milhão de óbitos (18,7%). Logo depois vêm o câncer colorretal (9,3%) e o de fígado (7,8%).
“Cerca de 80% dos casos de câncer de pulmão estão relacionados ao tabagismo, e quem fuma tem de 20 a 30 vezes mais chances de desenvolver a doença do que quem não fuma”, alerta o especialista.
O fumo passivo também é um fator de risco importante, podendo aumentar em até 15% a probabilidade de desenvolvimento do tumor. “O cigarro contém centenas de substâncias químicas, e 69 delas são carcinogênicas”, destaca.
Uma substância carcinogênica é aquela capaz de transformar células normais em células anormais, explica Manmohan Singh, chefe médico de Oncologia para Mercados Emergentes da Pfizer. “Por causa do trauma que ocorre em nível celular, o fumo pode levar à formação de células cancerosas”, afirma.
Mas, segundo o especialista, ainda há muitas perguntas sem resposta.
“Por que apenas certos pacientes fumantes desenvolvem câncer e certos fumantes não desenvolvem? E por que não fumantes desenvolvem câncer?”, questiona Singh. Essas são questões que continuam sendo objeto de extensas investigações científicas.
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A falta de acesso a diagnóstico e tratamento continua sendo um dos principais fatores por trás do aumento dos casos de câncer em todo o mundo. Uma pesquisa da OMS feita em 115 países mostra que apenas 39% deles incluíam, em 2022, aspectos básicos do tratamento oncológico entre os serviços essenciais de saúde.
O levantamento também revela que só 28% das nações ofereciam cobertura para cuidados paliativos, incluindo o alívio da dor — tanto a relacionada ao câncer quanto a de outras condições crônicas.
Nos países com Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) muito alto, o câncer de mama atinge cerca de uma em cada 12 mulheres ao longo da vida, e uma em cada 71 morre em decorrência da doença.
Já nas nações com baixo IDH, a taxa de diagnóstico é menor — uma em cada 27 mulheres —, mas a mortalidade é proporcionalmente mais alta: uma em cada 48 pacientes morre de câncer de mama.
O oncologista brasileiro Virgilio Souza, do Departamento de Oncologia Clínica do AC Camargo Câncer Center, observa que a desigualdade também se repete em outro tipo de tumor: o colorretal.
Na América Latina, esse cenário tem se refletido em um aumento tanto na incidência quanto na mortalidade nos últimos anos, sobretudo pela dificuldade de acesso à colonoscopia e a outros exames de rastreamento.
“Até o paciente fazer diagnóstico e ter um teste molecular do oncologista, isso leva tempo, e agrega impacto na questão do tratamento e de iniciar uma melhor estratégia terapêutica”, afirma.
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Manmohan Singh destaca a importância das terapias-alvo, especialmente dos anticorpos monoclonais conjugados (ADCs, na sigla em inglês). Esses medicamentos que combinam um anticorpo com um agente terapêutico, geralmente uma substância citotóxica, liberada dentro da célula cancerosa após se ligar a um alvo específico.
Esse tipo de tratamento inovador serve tanto para leucemias e linfomas, como para tumores sólidos, como os de mama. “As terapias-alvo surgiram na oncologia nos anos 1990 para diferentes tipos de câncer”, conta Singh.
“Desde o ano de 2010, recebemos a aprovação para algumas indicações de terapia imunológica. Nós vemos, desde 2020, um enorme desenvolvimento na área dos Anticorpos monoclonais conjugados. É relativamente recente em termos do espaço no qual a ciência está se movendo”.
Mesmo assim, ele ressalta que os ADCs ainda não substituem totalmente os tratamentos tradicionais, como a radio e a quimioterapia.
“A terapia-alvo ganhou espaço e se tornou a opção preferida para muitos tipos de tumor, mas a quimioterapia foi completamente substituída? Não. Ainda existem cânceres para os quais não há um alvo identificável. Ou talvez ainda não tenhamos alcançado os avanços necessários para compreendê-lo. Nesses casos, a quimioterapia continua sendo essencial”, observa.
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