Arqueólogos encontram dois crânios operados – um medieval e outro de 3500 anos atrás - Fatorrrh - Ricardo Rosado de Holanda
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Arqueologia 29/03/2023 12:47

Arqueólogos encontram dois crânios operados – um medieval e outro de 3500 anos atrás

Ambos os crânios e seus donos tinham características semelhantes, e foram submetidos ao mesmo procedimento cirúrgico: a trepanação.

Arqueólogos encontram dois crânios operados – um medieval e outro de 3500 anos atrás

Dois grupos de pesquisadores trabalhando em áreas diferentes encontraram restos mortais em condições, de certa forma, similares. O primeiro grupo investigava crânios originados entre os séculos 6 e 8, achados na Itália, na Necrópole Lombarda de Castel Trosino;

Um dos ossos italianos tinha modificações incomuns – de uma cirurgia em que a paciente teve o topo do crânio raspado. Ele estava bem preservado, e eram visíveis marcas de corte

já o segundo estava diante de ossos do fim do Idade do Bronze, encontrado em Tel Megiddo, Israel.

E a paciente, uma mulher, com cerca de 50 anos, aparentemente se submeteu de forma voluntária a esse procedimento.

Análises microscópicas e de tomografia computadorizada revelaram sinais de pelo menos duas tentativas de raspagem com ferramentas cirúrgicas de metal. Ou seja, a mulher se submeteu ao procedimento mais de uma vez.

Enquanto um dos pontos tinha sinais significativos de cicatrização, sugerindo que a cirurgia foi um sucesso e a paciente sobreviveu, o segundo local mostrou que a próxima modificação não terminou tão bem quanto a primeira – dessa vez, os traços de raspagem não cicatrizaram e, portanto, devem ter sido feitos na hora da morte.

O crânio israelense de 3.500 anos tinha uma característica similar: um buraco quadrado, evidenciando a tentativa de realizar uma forma antiga de cirurgia cerebral.

O cirurgião removeu um pedaço quadrado de cerca de 3 centímetros do osso frontal do crânio, que foram encontrados entre os restos do esqueleto.

Os pesquisadores acreditam que o paciente estava vivo durante a operação. Segundo eles, a cor e o chanfro das bordas do buraco mostram que o corte foi feito em osso vivo, tomando cuidado para não perfurar o tecido que recobre o cérebro.

Contudo, já que não existem sinais de crescimento ósseo pós-operatório, parece provável que o paciente tenha morrido ou durante a cirurgia ou logo após.

Deu em Superinteressante

Ricardo Rosado de Holanda
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