Política 27/02/2020 05:33
Método de “morde e assopra” entre poderes não é bom para o Brasil
Episódios como o mais recente em que o presidente Jair Bolsonaro usou sua conta do WhatsApp para compartilhar vídeos que convocam para manifestações anti-Congresso, organizados por movimentos de direita, são graves.
Episódios como o mais recente em que o presidente Jair Bolsonaro usou sua conta do WhatsApp para compartilhar vídeos que convocam para manifestações anti-Congresso, organizados por movimentos de direita, são graves.
Mas o que os torna mais graves é o fato de serem tão recorrentes — e de, no limite, enfraquecerem a própria instituição da Presidência da República.
A avaliação é de cientistas políticos ouvidos pela BBC News Brasil.
Embora o presidente alegue que suas mensagens no aplicativo têm caráter pessoal, a visão predominante entre os especialistas é de que a atitude reflete o “modus operandi” de grande parte do governo.
“Acho gravíssimo, acho muito preocupante. Mas não é surpreendente vindo de alguém que já elogiou a ditadura, insultou a todos que ele vê com inimigos, proferiu ataques misóginos. Nada é motivo de surpresa”, afirma o cientista político e professor da Fundação Getulio Vargas (FGV) Cláudio Couto, que vê na atitude do presidente um crime de responsabilidade.
A reação de Bolsonaro após a repercussão negativa também segue um padrão, na visão do cientista; depois de ter sido alvo de muitas críticas após a notícia sobre o compartilhamento dos vídeos ser divulgada pelo jornal O Estado de S. Paulo, Bolsonaro, segundo o jornal Folha de S.Paulo, orientou que sua equipe ministerial não compareça à manifestação contra o Legislativo marcada para março.
Com 1 minuto e 40 segundos, o vídeo tem ao fundo o Hino Nacional tocado em saxofone e um texto de apoio ao presidente, além de imagens de Bolsonaro durante discursos e no hospital, após ter sido esfaqueado durante a campanha eleitoral de 2018.
O texto diz que ele “foi chamado a lutar por nós” e “quase morreu por nós”. “Dia 15/03 vamos mostrar a força família brasileira. Vamos mostrar que apoiamos Bolsonaro e rejeitamos os inimigos do Brasil.”
“Tem sido um modus operandi dele, um morde e assopra. Ele sempre vai testando os limites e esboçando um recuo, mas que é difícil parecer um ato sincero. Parece mais recuo tático em função da necessidade de quando há um movimento contrário”, diz Couto, acrescentando que as demais instituições democráticas têm funcionado como ferramentas de contenção ao presidente.
Deu na BBC
Descrição Jornalista
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