Rússia está na ‘fase zero’ da Terceira Guerra Mundial, segundo especialistas; entenda - Fatorrrh - Ricardo Rosado de Holanda
FatorRRHFatorRRH — por Ricardo Rosado

Guerras 14/10/2025 09:41

Rússia está na ‘fase zero’ da Terceira Guerra Mundial, segundo especialistas; entenda

Rússia está na ‘fase zero’ da Terceira Guerra Mundial, segundo especialistas; entenda

Rússia já estaria em uma etapa preparatória de um possível conflito direto com a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte). É o que sugerem relatórios do ISW (Instituto para o Estudo da Guerra), obtidos e noticiados pelo jornal britânico The Sun.

De acordo com os documentos, o Kremlin entrou no que especialistas chamam de “fase zero” – um estágio de guerra híbrida que combina desinformação, ataques cibernéticos e operações secretas.

O ISW descreve essa fase como “informativa e de preparação psicológica” para um confronto futuro. Enquanto isso, Moscou tem usado a guerra na Ucrânia como campo de aprendizado, aperfeiçoando táticas e testando a reação dos países da aliança.

Philip Ingram, ex-oficial de inteligência e planejador da Otan, disse ao The Sun que o governo russo parece estar analisando o comportamento político e militar do Ocidente diante de ataques com drones, espionagem e sabotagens. “Putin quer identificar brechas e testar se a Otan realmente está pronta para se defender”, afirmou.

‘Homenzinhos verdes’

Um dos incidentes mais recentes dessa suposta fase preparatória de guerra ocorreu na Estônia, país membro da Otan, que fechou parte de sua fronteira com a Rússia na última sexta-feira (10).

A medida foi tomada após a aparição de sete homens armados e sem identificação perto da chamada “Saatse Boot”, uma pequena faixa de estrada estoniana que atravessa brevemente o território russo.

Autoridades locais disseram que os homens “definitivamente não eram guardas de fronteira” e representavam uma ameaça, segundo o The Sun. O governo estoniano justificou o fechamento da estrada como uma medida para “evitar a escalada” e proteger civis.

O episódio relembra a estratégia usada por Moscou na anexação da Crimeia, em 2014, quando militares russos sem insígnias – apelidados de “homenzinhos verdes” – ocuparam posições estratégicas antes da invasão.

O ISW confirmou que este foi o primeiro registro de presença desses agentes não identificados nas proximidades de uma fronteira da Otan nesta nova campanha ofensiva da Rússia.

Em resposta, o Reino Unido – que mantém 900 soldados a apenas 180 km da região – enviou dois aviões da Força Aérea Real (RAF) para patrulhas. O ministro da Defesa britânico, John Healey, disse que a missão reforça “a unidade da Otan e a disposição para responder a qualquer provocação”.

Europa sob ataques híbridos

Nas últimas semanas, países europeus têm relatado um aumento de ações consideradas “ataques híbridos” da Rússia. Drones sobrevoaram bases militares na Dinamarca, Polônia e Romênia, e o aeroporto de Copenhague precisou ser fechado duas vezes em um mesmo dia.

A primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, declarou que o país foi “vítima de ataques híbridos” e apontou Moscou como principal ameaça à segurança europeia. O chefe de inteligência, Finn Borch, foi direto: “O risco de sabotagem russa na Dinamarca é alto”.

Ao mesmo tempo, um ataque cibernético paralisou aeroportos de Heathrow, no Reino Unido, Bruxelas, na Bélgica, e Berlim, na Alemanha, forçando um retorno temporário a check-ins manuais.

O especialista em segurança Anthony Glees disse ao The Sun que “não há dúvida de que os russos estão por trás dos ataques cibernéticos”.

Além do ciberespaço, caças russos têm violado o espaço aéreo da Otan. Na semana passada, três jatos MiG-31, armados com mísseis hipersônicos Kinzhal, entraram no território da Estônia e permaneceram por quase 12 minutos antes de serem interceptados por F-35 da aliança.

Recentemente, a Polônia registrou 19 violações aéreas em duas semanas, incluindo sobrevoos em plataformas de petróleo e gás. O país chegou a acionar o Artigo 4 da Otan, que prevê consultas entre aliados em caso de ameaça à segurança.

O presidente dos Estados UnidosDonald Trump, reagiu afirmando que a Otan “não deve hesitar” em abater aviões russos caso novas invasões ocorram. Moscou, por outro lado, negou envolvimento nos incidentes e classificou as acusações como “provocações”.

Ucrânia com ataques a refinarias

Enquanto a Rússia amplia suas operações na Europa, a Ucrânia tem intensificado ataques com drones a alvos estratégicos russos, com apoio de inteligência dos EUA. Segundo o jornal britânico Financial Times, 16 das 38 refinarias de petróleo da Rússia foram atingidas, o que provocou escassez de combustível e aumento de preços internos.

Autoridades norte-americanas informaram que Kiev escolhe os alvos com base em informações de vulnerabilidade fornecidas por Washington, uma cooperação que tem aumentado a eficácia dos ataques.

Os presidentes Volodymyr Zelensky e Donald Trump discutiram recentemente a possível venda de mísseis de cruzeiro Tomahawk à Ucrânia, o que seria visto por Moscou como uma escalada significativa no conflito.

Em resposta a essa possibilidade, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, chamou o armamento de “arma séria”, mas afirmou que “não mudará a situação no campo de batalha” entre os países.

Putin também assinou um decreto para subsidiar o setor de combustíveis, em tentativa de conter o impacto econômico dos ataques ucranianos – uma medida que analistas interpretam como sinal da eficácia da ofensiva de Kiev.

Perguntas e Respostas

Qual é a situação atual da Rússia em relação à Otan?

A Rússia estaria em uma fase preparatória para um possível conflito direto com a Otan, de acordo com relatórios do Instituto para o Estudo da Guerra (ISW). Essa fase é chamada de “Fase Zero”, caracterizada por guerra híbrida que envolve desinformação, ataques cibernéticos e operações secretas.

O que caracteriza a “Fase Zero” mencionada pelos especialistas?

A “Fase Zero” é descrita como uma etapa informativa e de preparação psicológica para um confronto futuro. Durante essa fase, a Rússia tem utilizado a guerra na Ucrânia para aprimorar suas táticas e observar a reação dos países da Otan.

Quais ações a Rússia tem realizado que indicam essa fase preparatória?

Um incidente recente ocorreu na Estônia, onde sete homens armados e sem identificação foram vistos perto da fronteira com a Rússia, levando o governo estoniano a fechar parte da fronteira como medida de segurança. Esse tipo de ação lembra a estratégia utilizada pela Rússia durante a anexação da Crimeia em 2014.

Como a Otan e outros países estão respondendo a essas ações da Rússia?

Em resposta, o Reino Unido enviou aviões da Força Aérea Real para patrulhas na região. Além disso, países europeus relataram um aumento de ações consideradas “ataques híbridos” da Rússia, incluindo sobrevoos de drones em bases militares e ataques cibernéticos que afetaram aeroportos importantes.

Quais foram as consequências dos ataques cibernéticos atribuídos à Rússia?

Os ataques cibernéticos paralisaram aeroportos em várias cidades europeias, forçando um retorno temporário a check-ins manuais. Especialistas afirmam que não há dúvida de que a Rússia está por trás desses ataques.

O que mais foi registrado em relação às violações do espaço aéreo da Otan?

Recentemente, a Polônia registrou várias violações aéreas, incluindo sobrevoos em plataformas de petróleo e gás. O país acionou o Artigo 4 da Otan, que prevê consultas entre aliados em caso de ameaças à segurança.

Como a Ucrânia está reagindo a essas tensões?

A Ucrânia intensificou ataques com drones a alvos estratégicos russos, com apoio de inteligência dos Estados Unidos. Isso resultou em danos significativos às refinarias de petróleo na Rússia, causando escassez de combustível e aumento de preços internos.

O que foi discutido entre os presidentes da Ucrânia e dos Estados Unidos?

Os presidentes Volodymyr Zelensky e Donald Trump discutiram a possível venda de mísseis de cruzeiro Tomahawk à Ucrânia, o que poderia ser visto por Moscou como uma escalada significativa no conflito.

Qual foi a resposta do Kremlin a essa possibilidade de armamento?

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, chamou o armamento de “arma séria”, mas afirmou que isso “não mudará a situação no campo de batalha” entre os países.

Quais medidas a Rússia está tomando para lidar com os impactos econômicos dos ataques ucranianos?

Putin assinou um decreto para subsidiar o setor de combustíveis, tentando conter o impacto econômico dos ataques ucranianos, o que analistas interpretam como um sinal da eficácia da ofensiva de Kiev.

Ricardo Rosado de Holanda
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