Você pede desculpas por tudo sem perceber? Desde esbarrar numa cadeira até em reuniões de trabalho, esse reflexo pode minar sua autoestima. Especialistas alertam: exagerar no “desculpa” confunde responsabilidade com autossabotagem.
Pessoas confiantes sabem diferenciar assumir erros de se diminuir. Entender essa linha é um passo essencial para proteger sua saúde emocional e comunicar-se de forma mais assertiva.
A pesquisadora Brené Brown reforça que estabelecer limites exige coragem e amor-próprio, mesmo que desaponte alguém.
O tema ganha força nas redes, com usuários percebendo que gentileza excessiva vira autodepreciação.
O pano de fundo revela um padrão: desculpas automáticas aparecem quando alguém busca aceitação a qualquer custo. Sobretudo, o excesso produz um efeito colateral previsível: sinaliza baixa confiança e estimula ambientes que ignoram contribuições válidas.
Porém, responsabilizar-se continua vital para reparar danos reais.
5 situações em que não cabe pedir desculpas
1. Presença e espaço
Quando alguém pede desculpas sempre que fala, o grupo aprende a desvalorizar aquela voz. Profissionais que fazem isso em reuniões acabam perdendo espaço, mesmo com ideias sólidas.
Já quem tem presença confiante ocupa espaço sem se retratar por existir ou contribuir.
2. Conquistas e mérito
Minimizar o sucesso soa educado, mas dilui o esforço, talento e dedicação. Um ex-profissional da área financeira relatou que, após uma apresentação importante, desdenhou dos elogios até ouvir de um colega: assuma o mérito. Assim, celebrar vitórias sem culpa reforça a competência, e não a arrogância.
3. Opiniões e posicionamento
Amaciar opiniões para evitar atritos empobrece os debates. Em reuniões, posicionar-se com clareza não exige o uso defensivo de “é só minha opinião”.
No entanto, discordar pode coexistir com respeito. Assim, convicções bem articuladas ampliam soluções e, paradoxalmente, atraem mais consideração.
4. Limites pessoais
Definir limites não ergue muros, mas fornece marcos de proteção. Por exemplo, recusar-se a estender o expediente pela terceira noite consecutiva sinaliza cuidado com a saúde e foco.
Além disso, dizer não a convites quando se está exausto evita promessas insustentáveis e reduz a frustração coletiva.
5. Necessidades e pedidos
Tratar necessidades básicas como incômodo reforça uma culpa desnecessária. Em um restaurante, pedir água não requer desculpas, ao remarcar um compromisso, explique e agradeça pela compreensão.
Em vez de “desculpe por perguntar”, experimente “obrigado pela ajuda” e observe a mudança de clima.
Da próxima vez que o “desculpa” vier no impulso, faça uma pausa breve e questione-se: há dano real a reparar ou estou me diminuindo? Frequentemente, vale a segunda hipótese. Ajuste a linguagem, mantenha o respeito e permita que os outros também ajustem o deles.

