Idosos com reações positivas são sábios? Estudo mostra que otimismo pode estar ligado a declínio cerebral - Fatorrrh - Ricardo Rosado de Holanda
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Idosos 08/09/2025 13:40

Idosos com reações positivas são sábios? Estudo mostra que otimismo pode estar ligado a declínio cerebral

Idosos com reações positivas são sábios? Estudo mostra que otimismo pode estar ligado a declínio cerebral

No senso comum, tendemos a elogiar idosos que têm uma visão positiva diante de situações complicadas e não muito claras. É o tal do “ver o copo meio cheio”.

A ciência, entretanto, tem uma visão nada romântica desse cenário. Não se tratam de “velhinhos fofos que encaram as adversidades e as incertezas numa boa”.

A positividade na terceira idade pode ser um sinal de declínio cognitivo, de acordo com pesquisa conjunta das universidades de Tel Aviv e Cambridge.

Segundo os cientistas, erros de processamento emocional podem ser potenciais marcadores precoces de neurodegeneração em vez de sinais de envelhecimento considerado “bem-sucedido”.

Por muito tempo, quando idosos rotulavam consistentemente expressões faciais pouco claras como felizes, em vez de tristes ou raivosas, os cientistas celebravam isso como um saudável “viés de positividade”.

O estudo, entretanto, mostrou que idosos com “viés positivo” na vida obtiveram as pontuações mais baixas em avaliações cognitivas.

Tomografias cerebrais mostraram redução em áreas vitais para o processamento emocional — as mesmas regiões que se deterioram no Alzheimer e em outras doenças neurodegenerativas.

Raiva, medo e tristeza produzem características faciais semelhantes e exigem processamento neural sofisticado para diferenciá-las.

À medida que as habilidades cognitivas diminuem, o cérebro parece recorrer a interpretações mais simplórias e positivas de sinais sociais pouco claros. Esse processamento não é consciente, mas o resultado da deterioração do maquinário neural que antes ajudava as pessoas a navegar em situações emocionais com precisão.

No estudo, publicado na revista científica “Journal of Neuroscience”, pesquisadores analisaram o comportamento de jovens e idosos.

Enquanto adultos mais jovens conseguiam identificar com precisão emoções mistas, participantes mais velhos rotulavam cada vez mais expressões incertas como positivas, mesmo quando emoções negativas dominavam o rosto.

Demonstrar otimismo nem sempre é sinal de envelhecimento bem-sucedido. Estudos futuros deverão determinar se o “viés de positividade” pode ser usado para prever o declínio cognitivo ou simplesmente o acompanha.

Os recentes resultados podem remodelar a forma como os médicos rastreiam problemas cognitivos.

Avaliações atuais se concentram em testes de memória e atenção, mas alterações no processamento emocional podem surgir anos antes do surgimento dos sintomas tradicionais.

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Ricardo Rosado de Holanda
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