A orientação é para que todos os filiados deixem cargos na administração federal.
O anúncio ocorreu em paralelo ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF), em meio ao aumento da pressão de aliados da federação pela concessão de anistia aos réus dos atos de 8 de janeiro.
Ministros podem deixar o governo
Com a decisão, os ministros André Fufuca (Esporte), do PP, e Celso Sabino (Turismo), do União Brasil, devem deixar as pastas.
Segundo os presidentes das legendas, Antonio Rueda (União Brasil) e Ciro Nogueira (PP), que se reuniram mais cedo com aliados para alinhar os próximos passos, a medida é “um gesto de clareza e coerência”.
“É isso que o povo brasileiro exige dos seus representantes”, declarou Rueda.
Risco de punições internas
Em comunicado, a federação avisou que todos os detentores de mandato que ocupam postos no governo federal devem renunciar. Caso contrário, poderão sofrer punições partidárias.
Apesar da decisão, indicações políticas seguem ativas em cargos estratégicos. Pelo União Brasil, Waldez Góes (Desenvolvimento Regional) e Frederico de Siqueira Filho (Comunicações) permanecem, ambos ligados a Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), aliado do Planalto.
No PP, Carlos Vieira segue à frente da Caixa Econômica Federal, indicado por Arthur Lira (PP-AL).
Pressão de Lula antecedeu saída
A decisão ocorre uma semana após Lula cobrar lealdade dos ministros ligados ao centrão. Na ocasião, o presidente afirmou que quem não estivesse disposto a defender sua gestão deveria deixar o governo.
O petista ainda citou a presença de ministros em eventos de oposição, como a homologação da União Progressista ao lado do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP).
Sobre Rueda, Lula foi direto:
“Não gosto do dirigente partidário e a recíproca também é verdadeira.”
Também mencionou Ciro Nogueira, lembrando que o senador foi ministro de Bolsonaro e “não tem votos para se reeleger no próximo ano”.