Pesquisador investiga relação entre desinformação e eleições em doutorado - Fatorrrh - Ricardo Rosado de Holanda
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Eleições 07/08/2024 15:29

Pesquisador investiga relação entre desinformação e eleições em doutorado

O campo de análise do estudo foca em observar como algumas pesquisas eleitorais, realizadas entre 2021 e 2022, desempenharam um papel de desinformação durante os pleitos.

Pesquisador investiga relação entre desinformação e eleições em doutorado

Vendo a realidade das pesquisas eleitorais no Brasil e a participação das universidades, o pesquisador Breno Nunes, formado em Jornalismo pela UFRN, destacou a importância da criação de um órgão para monitoramento de pesquisas eleitorais em sua proposta para a Superintendência de Comunicação (Comunica/UFRN).

Enviada como sugestão para a unidade da Universidade, a proposta agora toma um novo passo, graças ao projeto de doutorado em Jornalismo na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), submetido à instituição em 24 de junho.

Ao longo de 2022, o Tribunal Superior Eleitoral promoveu diversos eventos para debater como enfrentar a desinformação e lidar com a comunicação acelerada da internet. Foto: TSE/Reprodução.

Com o nome sugerido de Centro de Observações, Opinião Pública, Estudos, Relatórios e Avaliações (Coopera), a proposta, realizada durante o mestrado no Programa de Pós-Graduação em Gestão de Processos Institucionais (PPGPI/UFRN), sugere a vinculação à Comunica/UFRN.

O objetivo é oferecer uma visão mais isonômica sobre as pesquisas eleitorais, tanto estatística quanto socialmente, dispondo também de dados de sondagens realizadas no RN.

O campo de análise do estudo foca em observar como algumas pesquisas eleitorais, realizadas entre 2021 e 2022, desempenharam um papel de desinformação durante os pleitos.

De acordo com o pesquisador, dependendo de como os levantamentos são financiados, eles podem gerar resultados que não representam adequadamente o momento das disputas.

“Do conjunto de cerca de 80 pesquisas avaliadas pelo trabalho, no recorte temporal de 2021 a 2022, verificou-se que em parte significativa delas a amostra não respeitava as proporções reais de sexo, idade, escolaridade e renda,” observa o pesquisador.

Durante o trabalho, que levou à proposta e ao embasamento do seu doutorado, foram registrados casos de pesquisas com questões enviesadas e percentuais de intenção de votos limitados.

Esse conjunto de sondagens com menos rigor técnico e outros defeitos gerou um quadro de desinformação.

“Tudo isso causou como consequência inequívoca a influência direta na decisão de voto de uma parcela significativa do eleitorado, sobretudo na conhecida como eleitor pendular,” explica.

Durante o levantamento para a pesquisa, Bruno checou que houve sondagens que não eram isentas de algum viés, o que poderia aumentar a desinformação sobre o pleito. Foto: TSE/Reprodução

 

 

 

 

 

 

 

 

 

No Brasil, o cenário da atuação de instituições de ensino que participam de pesquisas eleitorais é bem reduzido.

Das 101 universidades públicas credenciadas junto ao Ministério da Educação (MEC), apenas duas — o Centro de Estudos e Opinião Pública (Cesop) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e o Instituto Verbena da Universidade Federal de Goiás (UFG) — trabalham com pesquisas eleitorais.

Assim como todas as pesquisas e institutos responsáveis pela realização de sondagens eleitorais, o Coopera teria uma conexão com a Justiça Eleitoral e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Isso ofereceria uma maior segurança sobre as atividades da unidade. “Penso que o intercâmbio entre universidade e justiça eleitoral seja essencial para garantir a lisura e a imparcialidade que o Coopera se propõe,” afirma Breno.

Futuramente, Breno iniciará seus estudos presencialmente na UFSC a partir de 2025. Atualmente, o pesquisador está cursando as disciplinas remotas do doutorado, permanecendo em seu estado de origem, RN.

Deu no Portal da UFRN

Ricardo Rosado de Holanda
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