Tempo 15/04/2024 12:30

Segundo a NASA, algumas regiões do mundo serão inabitáveis ​​até 2050. Quais são elas?

De acordo com um estudo da NASA, o calor poderá dificultar ou até mesmo impossibilitar a vida dos seres humanos em algumas regiões do mundo no futuro. Veja quais são.

Com base em dados dos seus satélites e utilizando um índice térmico específico, o bulbo úmido, a agência espacial americana NASA estimou recentemente que certas regiões do mundo serão inabitáveis devido ao aquecimento global dentro de 30 a 50 anos.

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Índice térmico que avalia o risco para o ser humano: o bulbo úmido

É possível avaliar o grau de desconforto relacionado ao calor e o risco que ele representa para a nossa saúde. Para fazer isso, os cientistas usam dois índices específicos:

  • o índice de calor: que combina a temperatura do ar ambiente e a umidade relativa à sombra;
  • Temperatura do bulbo úmido: caracteriza a temperatura mais baixa de um objeto ou corpo que esfria quando sua umidade evapora. Este índice é considerado mais preciso e menos subjetivo que o anterior.

Em outras palavras, o bulbo úmido mede a capacidade do nosso corpo de se resfriar através da transpiração quando está quente e úmido. A partir de um certo nível de calor e umidade combinados, o nosso corpo já não é capaz de reduzir a sua temperatura, e é aí que o risco de morte relacionado com o calor se torna real.

Esse índice foi originalmente medido com um termômetro envolto em um pano úmido e exposto ao ar livre. Em seguida, registrava a temperatura à medida que a água evaporava do tecido, fornecendo um valor preciso em comparação com o índice de calor. Hoje, esse índice é calculado por meio de equipamentos eletrônicos de estações meteorológicas, que trabalham com dados de satélite.

Em geral, a maioria das regiões quentes e úmidas do planeta apresentam índice de bulbo úmido que não ultrapassa 25 a 27°C, o que é desconfortável, mas não particularmente perigoso para o nosso corpo, exceto no caso de atividade física intensa.

Os cientistas consideram que o maior índice de bulbo úmido que um ser humano pode suportar é de 35°C durante seis horas. Acima disso, o risco de morte é muito maior e até garantido nos casos mais extremos.

Regiões muito quentes e úmidas para a sobrevivência humana em 2050?

Dados de satélite e estações meteorológicas em todo o mundo já registraram índices de bulbo úmido acima de 35°C várias vezes ao longo de cerca de 15 anos, principalmente nas regiões subtropicais do Paquistão e do Golfo Pérsico.

A partir destes dados de observação, e utilizando modelos de previsão que levam em conta a evolução do aquecimento global, a NASA tentou determinar os países onde o índice de bulbo úmido será muito alto para os humanos sobreviverem.

Segundo os resultados, muitos países do sul da Ásia, do Golfo Pérsico e dos países costeiros do Mar Vermelho poderiam observar periodicamente índices de bulbo úmido acima de 35°C até 2050, o que os tornaria perigosos ou mesmo inabitáveis no caso de uma onda de calor com umidade.

leste da China e parte do Brasil também poderão se tornar difíceis de viver até 2070, bem como alguns estados dos Estados Unidos.

Os cientistas também esclareceram que o risco de morte relacionada ao calor já está presente mesmo com índices de bulbo úmido abaixo de 35°C.

Por exemplo, a onda de calor de junho de 2021 entre o noroeste dos Estados Unidos e o oeste do Canadá matou 1.400 pessoas, apesar de a temperatura do bulbo úmido não ter excedido os 25°C.

O calor já é o fenômeno meteorológico mais mortal em trinta anos nos Estados Unidos, causando a morte direta de 143 pessoas por ano, em média, mais do que tornados, inundações ou mesmo furacões.

De acordo com os dados do IPCC, a frequência de fenômenos de calor extremo quadruplicará em todo o mundo até o final deste século, com um aumento de temperatura de 1,5°C em comparação com a era pré-industrial, causando mais vítimas relacionadas com o calor, e não apenas nos países onde o bulbo úmido excederá os 35°C com mais regularidade do que hoje.

Deu em Meteored tempo.com

Ricardo Rosado de Holanda


Descrição Jornalista