Futebol 19/04/2023 09:54
Cartão amarelo, vermelho, pênalti e escanteio: veja quais eram os lances exigidos para jogadores alterarem o rumo dos jogos
Ministério Público detalhou quais foram os 11 jogos que são alvos da segunda fase da operação que apura a manipulação de resultados de jogos de futebol. Três pessoas foram presas e 20 mandados de busca e apreensão foram cumpridos.
Cartão amarelo, vermelho, pênalti e escanteio estão entre os lances exigidos pelos apostadores e aliciadores para os jogadores investigados na operação que apura a manipulação de resultados de jogos de futebol.
Segundo o Ministério Público de Goiás (MPGO), três suspeitos foram presos em São Paulo e 20 mandados de busca e apreensão foram cumpridos, sendo pelo menos nove deles em casas de atletas.
De acordo com o MP, dentre os suspeitos nesta segunda fase da Operação Penalidade Máxima, além de jogadores, estão pessoas suspeitas de integrar o esquema de apostas.
A primeira fase da operação foi deflagrada em fevereiro deste ano e uma pessoa chegou a ser presa na época.
Até a última atualização, quatro atletas suspeitos de envolvimento nesta 2ª fase da operação já foram identificados, são eles:
O g1 não localizou a defesa dos jogadores até a última atualização desta reportagem.
Durante uma coletiva de imprensa na terça-feira, o Ministério Público detalhou quais foram os 11 jogos que são alvos da segunda fase da operação e explicou quais foram as ações pedidas pelos aliciadores para os jogadores envolvidos (veja detalhes abaixo).
“Não necessariamente quer dizer que o atleta tenha, de fato, cometido ou tenha praticado a punição para qual foi oferecido o valor financeiro para tanto”, esclareceu o promotor Fernando Cesconetto.
Jogadores Victor Ramos, Igor Cariús, Gabriel Tota e Kevin Lomonaco️️️, investigados na Operação Penalidade Máxima, do Ministério Público de Goiás — Foto: Julia Galvão/ACF, Marlon Costa/Pernambuco Press e Reprodução/Instagram Gabriel Tota e Kevin Lomonaco️️️
Campeonato Brasileiro:
Pediram que um atleta do Santos tomasse um tomar um cartão amarelo;
Pediram que um atleta do Bragantino tomasse um cartão amarelo;
Pediram que dois atletas do Juventude tomassem cartões amarelos;
Pediram que um jogador do Cuiabá tomasse cartão amarelo;
Pediram que um jogador do Santos tomasse cartão vermelho;
Pediram que um jogador do Juventude tomasse cartão amarelo.
As quantias envolvidas para a cooptação dos atletas da Série A do Campeonato Brasileiro, conforme o promotor, para punição de cartão amarelo e vermelho giravam em torno de R$ 50 mil a R$ 60 mil, por atleta, para cada evento esportivo.
Promotores do Ministério Público durante coletiva sobre Operação Penalidade Máxima 2, em Goiânia, Goiás — Foto: Danielle Oliveira/g1
Campeonatos estaduais:
Pediram a derrota do Goiânia no primeiro tempo.
Pediram que um jogador do São Luiz cometesse pênalti.
Pediram para jogador do Novo Hamburgo cometesse um pênalti.
Pediram manipulação no número de escanteios.
Guarani x Portuguesa – 8 de fevereiro de 2023
Pediram que atleta recebesse cartão amarelo.
No caso dos campeonatos estaduais, os valores variavam entre R$ 70 mil a R$ 100 mil, conforme o promotor.
Operação do MP investiga fraude em resultado de jogos do Campeonato Brasileiro, em Goiás — Foto: MP/Divulgação
O MPGO, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e da Coordenadoria de Segurança Institucional e Inteligência (CSI), já apurou que o grupo criminoso conseguiu manipular resultados de jogos de futebol após subornar jogadores.
A investigação mostrou que os jogadores recebiam entre R$ 50 mil e R$ 100 mil para que realizassem ações específicas durante as partidasNa primeira fase, a investigação mostrou que o esquema funcionava da seguinte forma: os apostadores faziam propostas para atletas marcarem pênaltis nos primeiros tempos de cada jogo.
Caso os jogadores aceitassem, era feito o pagamentos do “sinal”. Após a partida, caso o pênalti tivesse sido feito, os jogadores receberiam o restante do valor combinado.
Na segunda fase, o Ministério Público descobriu que o grupo investigado pedia também aos jogadores que eles tomassem cartões amarelo e vermelho, além do pedido para a derrota de um time.
De acordo com o MP, há indícios de que as condutas solicitadas aos jogadores tinham como objetivo que os investigados conseguissem altos lucros em apostas realizadas em sites de casas esportivas, usando, ainda, contas cadastradas em nome de terceiros para aumentar o retorno financeiro.
A investigação começou em novembro de 2022 após uma denúncia feita pelo próprio Vila Nova, que é vítima no esquema, segundo o MP.
Foto mostra Ministério Público de Goiás em casa de investigado na Operação Penalidade Máxima — Foto: Divulgação/Ministério Público.
Deu em G1
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