Pesquisa 13/10/2022 18:30

Cade abre investigação sobre institutos de pesquisa eleitoral

Órgão avalia se os resultados discrepantes podem ter ligação com tentativas de mexer com o mercado

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) abriu inquérito interno para investigar os institutos de pesquisa.

O órgão vai analisar se os resultados apresentados sobre intenções de voto para presidente da República no primeiro turno das eleições podem ter sido adulterados para gerar impactos no mercado.

De acordo com representação feita no conselho, ocorreram erros na apresentação dos resultados, tendo em vista a discrepância do que apontavam as pesquisas eleitorais e o resultado das urnas.

“Os erros foram evidenciados pelos resultados das urnas apuradas, quando se constatou que as pesquisas de diferentes institutos de pesquisa, tais como o Datafolha, Ipec, Ipespe, entre outros, erraram, para além das margens de erro, nas pontuações em relação a alguns dos candidatos”, diz o texto.

“Com efeito, chamou a atenção deste Conselho a grande diferença apresentada entre as pesquisas e o resultado das Eleições publicado pelo Tribunal Superior Eleitoral — TSE.

A discrepância das pesquisas e do resultado é tão grande que se verificam indícios de que os erros não sejam casuísticos, e sim intencionais, por meio de uma ação orquestrada dos institutos de pesquisa na forma de cartel para manipular em conjunto o mercado e, em última instância, as eleições”, descreve o documento.

Durante a campanha eleitoral, com relação à disputa presidencial os principais institutos de pesquisa anunciaram resultados muito diferentes daqueles verificados nas urnas de votação.

O Datafolha e o Ipec davam menos de 40% de índice de votos a Jair Bolsonaro (PL), que teve 43,2% no fim da apuração. Ao mesmo tempo, os dois institutos também apontavam possibilidade de vitória no primeiro turno de Lula (PT), o que não aconteceu.

Assunto está no Congresso Nacional

Representantes de institutos de pesquisa e da Justiça Eleitoral e cientistas políticos podem ser convidados a participar de audiência pública na Comissão de Transparência do Senado para explicar as divergências entre os levantamentos de intenção de voto e os resultados das urnas no primeiro turno das eleições.

O requerimento é do senador Carlos Portinho (PL-RJ), líder do governo no Senado.

O senador pede a presença de 15 pessoas e entidades, inclusive o ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes. O requerimento também cita o nome da CEO do Ipec (ex-Ibope), Marcia Cavallari; do diretor do Datafolha, Mauro Paulino; e do diretor da Quaest, Felipe Nunes.
Deu em R7
Ricardo Rosado de Holanda


Descrição Jornalista