Economia 28/04/2020 11:16

Pesquisa revela o impacto do Covid-19 nos pequenos negócios no RN

A crise financeira imposta pelas medidas de afastamento social e restrições na circulação de pessoas em ambientes coletivos desafiou o segemento dos pequenos negócios do Rio Grande do Norte a se reinventar para se manter no mercado.

A crise financeira imposta pelas medidas de afastamento social e restrições na circulação de pessoas em ambientes coletivos desafiou o segemento dos pequenos negócios do Rio Grande do Norte a se reinventar para se manter no mercado.

Um levantamento feito pelo Sebrae com pequenas empresas exclusivamente potiguares comprovou que 52,3% desses empreendimentos no estado foram obrigados a modificar a forma de operação para continuar funcionando depois da publicação dos decretos com as medidas de prevenção ao contagio do novo coronavírus (Covid-19).

Mas afirmam que só conseguem manter as operações nessas condições por mais 28 dias.

As empresas tiveram principalmente que reduzir o horário de funcionamento e também passar a operar apenas com as entregas e vendas pela internet. Também adotaram o teletrabalho, o rodízio de funcionários ou implantaram o sistema de drive thru, pelo qual o cliente pega a mercadoria no estabelecimento sem sair do veículo.

O levantamento foi realizado na semana passada, entre os dias 21 e 25, e ouviu 361 empresários, entre Microempreendedores Individuais (MEI) e donos de microempresas e empresas de pequeno porte, de 26 segmentos distintos da economia. O índice de confiança do estudo é de 95% e a margem de erro é de cinco pontos percentuais para mais ou para menos.

“Cerca de 50% das empresas pesquisadas falaram que perderam os seus clientes, ou seja, não tem demanda. Isso reduz recursos na empresa. Esses empresários não vão ter dinheiro e precisarão de crédito”

Paulo Bezerra – Coordenador da pesquisa

O levantamento foi conduzido pelo Núcleo de Inteligência de Mercado do Sebrae no Rio Grande do Norte e constatou que o índice de pequenas corporações que fecharam de vez não chegou a 2% e aquelas que não mudaram o modelo de funcionamento totalizam 17,1%.

A maioria que interrompeu o funcionamento – mais de 70% – foi para atender a determinação do governo de deixar abertos apenas os serviços prioritários e somente para 29,5% baixar as portas foi uma decisão avaliada pela gestão da empresa.

“Cerca de 50% das empresas pesquisadas falaram que perderam os seus clientes, ou seja, não tem demanda. Isso reduz recursos na empresa. Esses empresários não vão ter dinheiro e precisarão de crédito”, comenta o coordenador da pesquisa, Paulo Bezerra, sobre os reflexos da crise.

Na visão do analista do Sebrae, houve uma estagnação do consumo, com alta apenas dos segmentos de alimentação e saúde.

“O consumo praticamente parou e as necessidades principais hoje são nas áreas de alimentação e saúde. Segmentos que até então estavam em alta, como beleza, estética e moda, passaram a ser atividades secundárias. As empresas também terão de adotar de vez o digital. Não dá para comercializar neste momento sem estar na internet”, ressalta.

Todos os dados obtidos na pesquisa serão mostrados na próxima quarta-feira (29), às 19h, pelo superintendente do Sebrae-RN, José Ferreira de Melo Neto, durante uma transmissão ao vivo pelo canal da instituição no YouTube. Ele, juntamente com técnicos do Sebrae, vai comentar os principais resultados do estudo e apresentar as ações do Sebrae no combate aos efeitos dessa crise.

Reprodução

Os percentuais correspondem ao total de 235 empresas que tinham empregadosOs percentuais correspondem ao total de 235 empresas que tinham empregados

A pesquisa também ratificou a dificuldade financeira em que se encontram os pequenos negócios no Rio Grande do Norte. 88,3% dos empreendimentos de pequeno porte verificaram uma redução no faturamento mensal depois do advento do coronavírus.

E o déficit nas caixas registradoras não é baixo. A redução média de receitas é superior a 67% quando comparado ao que era faturado em períodos antes da crise.

O impacto foi maior entre os MEIs e os proprietários de empresas de pequeno porte – aquelas com faturamento anual entre R$ 360 mil e R$ 4,8 milhões.

Fonte: Assessoria

Ricardo Rosado de Holanda


Descrição Jornalista