As sucessivas derrotas do governo no Congresso evidenciam a desconfiança do Legislativo em relação ao Planalto.
As sucessivas derrotas do governo no Congresso evidenciam a desconfiança do Legislativo em relação ao Planalto.
O clima hostil, entretanto, não impede que a reforma da Previdência avance. Enquanto ministros e líderes partidários brigam, os parlamentares se movimentam, nos bastidores, para aprovar mudanças nas regras de aposentadoria e pensão.
Os principais defensores da pauta têm deixado esse posicionamento bastante claro nos últimos dias. Na quarta-feira, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), se comprometeu com investidores, em Nova York, a avançar com a reforma, mesmo “com o governo atrapalhando, com mídia social”.
Com essa declaração, ele representou vários outros deputados, da base aliada ao Centrão, que adotam o discurso de que eventuais votos favoráveis à proposta de emenda à Constituição (PEC) 6/2019 serão “pelo país, não pelo governo”.
Os parlamentares também associam um eventual sucesso da Previdência à capacidade de diálogo de Maia, assim como foi a aprovação do texto na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, em abril.
O presidente da Casa é considerado o verdadeiro “pai” da reforma, por assumir a defesa da agenda econômica com muito mais ênfase do que Bolsonaro. Segundo o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), o Congresso “terá coragem para aprovar essa reforma, reconstruir o Brasil e apresentar a verdade”, como disse, na última quarta-feira, também em viagem aos Estados Unidos.
Os congressistas comentam que o chefe do Executivo, além de não se posicionar com firmeza sobre o assunto, não consegue evitar o clima desagradável entre os poderes.
Nesta semana, Bolsonaro deu mais uma prova da dificuldade, ao garantir a líderes partidários o recuo no corte de verbas para a Educação e, depois, não sustentar a promessa. Ele foi muito criticado no Congresso por ter permitido que o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, desmentisse os deputados.
Deu no Correio Braziliense