22/04/2019 14:07
“Atividade econômica está andando de lado”, diz CNI
“A atividade produtiva está andando de lado, principalmente na indústria, desde julho do ano passado.
“A atividade produtiva está andando de lado, principalmente na indústria, desde julho do ano passado.
A economia está sem dinâmica”, afirma o gerente de Política Econômica da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Flávio Castelo Branco.
Recentemente, a CNI cortou a projeção de crescimento do PIB industrial para este ano de 3,3% para 1,1%. Em 2018, o PIB industrial cresceu 0,6%, depois de ter caído 0,5% no ano anterior.
Para Castelo Branco, a economia brasileira saiu da recessão, mas mergulhou num ciclo de semi estagnação por conta do desemprego elevado e das condições financeiras dos brasileiros, que afetaram as vendas e o faturamento das indústrias. “Com isso, hoje as indústrias não precisam ampliar o uso da capacidade instalada”, diz.
Essa folga na capacidade que dispensa investimentos é, na opinião de Castelo Branco, outro fator limitante ao arranque da economia. Isso porque os investimentos em novas fábricas geram contratações e gastos que impulsionam a atividade.
A expectativa, diz ele, era que a atividade começasse o ano em ritmo mais acelerado por causa das reformas previstas. Mas esse processo está mais complexo e demorado. “O tempo político não consegue ter a urgência do tempo econômico.”
O levantamento da FGV mostra que apenas as indústrias de papel e celulose e farmacêutica estão com ocupação da capacidade acima da média. O primeiro está sendo puxado pela celulose, que é exportada e tem competitividade no mercado internacional.
“As fábricas estão trabalhando a plena carga e tendo ótimos resultados”, afirma o vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), José Ricardo Roriz Coelho. No caso do setor farmacêutico, o consumo resiste, pois remédio é um produto básico pouco afetado pelo ritmo da economia.
Outro impacto da ociosidade elevada recai sobre o capital de giro das empresas, observa Roriz Coelho. Quando as indústrias estão com ociosidade elevada, as margens de ganho ficam comprimidas porque as empresas não estão remunerando seus ativos fixos (máquinas, por exemplo). “Descapitalizadas, as indústrias vão ter problemas de capital de giro quando o mercado retomar”, diz.
Saber quando a atividade da indústria voltará a acelerar é a grande incógnita para os empresários do setor. Para o vice-presidente da Fiesp, não há nenhum indicativo de que o mercado vá melhorar nos próximos seis meses.
Ele argumenta que os produtos brasileiros têm problemas de competitividade no mercado externo.
“A Apex (agência de promoção às exportações) foi desmontada”, diz. Do ponto de vista do mercado interno, o recuo do desemprego depende da aprovação das reformas, acrescenta. “Sem a diminuição do desemprego não tem alta do consumo nem melhora da ocupação das fábricas. É um nó difícil de desatar.”
Deu no Estadão
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