Sem categoria 01/05/2013 06:46
MP "remodelou" depoimento, diz advogado
Por fatorrrh_6w8z3t
Paulo Lopo Saraiva comenta ainda que “fato de altíssima gravidade, que mostra claramente a utilização da Instituição Ministerial para satisfação de anseios pessoais de alguns dos seus representantes pode ser visto na delação da servidora Carla Ubarana (condenada na Operação Judas e que denunciou por meio de delação premiada os desembargadores Osvaldo Cruz e Rafael Godeiro por envolvimento no desvio dos precatórios) em que o mesmo promotor Eudo Rodrigues, apesar de cônscio de que o desembargador Saraiva jamais ocupara cargo de gestão no TJRN, perguntava à delatora, de forma insistente e incisiva, se a mesma tinha ciência das ‘irregularidades de Saraiva’”, citando um trecho do depoimento da ré.
Promotor: Desembargador Saraiva, a senhora tem, conhecia alguma informação sobre ele lá, sobre a conduta dele. Eventual irregularidade com que ele concorresse?
Ubarana: Não Só a ligação dele com João Faustino, mas num…
Promotor: Como seria a ligação dele com João Faustino?
Ubarana: Não, assim, eram amigos íntimos, por conta disso o filho dele era assessor dele. Agora, morre de medo, e o genro era do TRT (TRE).
“Vê-se com assaz facilidade que o depoimento do sr. Alcides foi totalmente remodelado pelo MP Estadual, de modo a criar situações não ditas e/ou destacas pelo delator”, acrescentou o advogado, afirmando que “tais ponderações demonstram bem e fielmente que se tornou prática corriqueira no Brasil a formulação de denúncia pelo Ministério Público contra magistrados, quase sempre desprovidas de um mínimo de consistência, e provocadas unicamente pelo sentimento de autopromoção midiática”.
Ao final da defesa prévia, Paulo Lopo Saraiva faz declarações que mais parecem de um artigo de opinião contra a atuação do Ministério Público.
Há de se destacar: “A verdade, excelência, é que nessa cidade já não se tem Poder Executivo, Legislativo e Judiciário, apenas o Ministério Público. É ele que diariamente expede recomendações para tudo e para todos, a ponto inclusive de tentar regular as batidas dos sinos das igrejas locais” e “no caso em espeque, está claro que os promotores denunciantes agiram de má-fé, com intuito único de prejudicar a pessoa e a carreira do indiciado, nitidamente extrapolando os limites do bom senso, já que ausentes quaisquer provas, mesmo que indiciárias, a comprovar sua tese”.
Na próxima segunda-feira (7), Paulo Lopo Saraiva e o desembargador Saraiva Sobrinho viajam para Brasília para prestar depoimento no CNJ e tentar evitar que a reclamação se transforme em processo administrativo disciplinar. O depoimento no STJ ainda não tem data definida, conforme afirmou o advogado.
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