Enterrado profundamente nas montanhas japonesas, existe um trecho de 43 quilômetros que é parte do primeiro trem Maglev intermunicipal do mundo, conectando Tóquio e Osaka.

Com o poder de ímãs supercondutores, esses trens flutuam sobre os trilhos sem qualquer contato físico, o que significa menor desgaste e capacidade de operar em quaisquer condições climáticas.

Como funciona o trem Maglev?

O segredo está na levitação magnética. Existem dois métodos principais: puxar o trem para cima usando forças atrativas ou empurrá-lo usando forças repulsivas. O Japão optou pelo segundo, criando um sistema passivamente estável — ideal para uma região propensa a terremotos.

Ímãs supercondutores a bordo do trem interagem com bobinas instaladas nos trilhos.

Quando o trem se move, essas bobinas experimentam um campo magnético variável, gerando uma força que levita o trem a 10 centímetros acima dos trilhos. Porém, essa levitação só ocorre quando o trem atinge velocidades superiores a 100 km/h; até lá, ele utiliza rodas que se retraem quando a levitação magnética entra em ação.

E como ele acelera sem tocar nos trilhos?

Em vez de motores convencionais, o trem Maglev utiliza motores lineares. Bobinas nos trilhos são energizadas em sequência, criando campos magnéticos que atraem e repelem os ímãs do trem, impulsionando-o para frente. Para frear, o processo é invertido, e o sistema pode até recuperar energia durante a desaceleração.

Desafios e conquista

Um dos grandes desafios foi conter os campos magnéticos para não afetar os passageiros. Os engenheiros desenvolveram blindagens especiais que reduzem o campo magnético dentro da cabine a níveis seguros, semelhantes ao campo magnético natural da Terra.

Além disso, a construção é uma empreitada monumental. Cerca de 86% da rota entre Tóquio e Nagoya será em túneis, o que aumenta os custos e a complexidade. Mas os benefícios são enormes: redução do tempo de viagem, menor impacto ambiental comparado a aviões e avanço tecnológico significativo.

O futuro dos transportes?

Apesar dos desafios econômicos, o Japão está determinado a liderar essa revolução no transporte ferroviário. O trem Maglev não é apenas um feito de engenharia, mas uma visão do que o futuro pode nos oferecer.