Você já parou para pensar por que aquela cadeira cheia de roupas no seu quarto nunca parece encontrar um fim? Antes de se culpar ou culpar a preguiça, saiba que esse hábito pode ter explicações mais sutis do que simples desordem.
A psicóloga espanhola Leticia Martín Enjuto, especialista em psicologia clínica e bem-estar emocional, destaca que o fenômeno é quase um clássico do cotidiano.
“Nem sempre se trata de desorganização, mas sim de uma solução prática: roupas que não estão sujas o suficiente para o cesto, mas também não limpas o suficiente para o armário”, explica Martín Enjuto ao portal online Cuerpo Mente. O que vemos como bagunça muitas vezes é apenas um “estacionamento temporário” para itens em trânsito.
Além da praticidade, o hábito pode refletir escolhas conscientes sobre prioridades e energia. Segundo a especialista, pequenas tarefas do dia a dia, como guardar roupas, podem perder espaço quando outras demandas mais urgentes aparecem.
“Ter roupas na cadeira não significa que alguém seja desleixado em todos os aspectos da vida”, afirma.
O cansaço mental é outro fator determinante. Depois de um dia intenso, gestos simples, como dobrar ou pendurar roupas, podem parecer um esforço desproporcional. Deixar as roupas na cadeira pode, portanto, ser uma forma de preservar energia e priorizar o descanso.
De acordo com o Infobae, pesquisadores de Harvard reforçam que hábitos cotidianos aparentemente triviais podem ajudar no gerenciamento do estresse e na manutenção do bem-estar emocional.
No entanto, se a pilha se torna constante e interfere na rotina, especialistas alertam que pode ser um sinal de procrastinação. “Não se trata de incapacidade, mas de adiar tarefas consideradas menos prioritárias”, explica Martín Enjuto.
A diferença está em quando o hábito deixa de ser pontual e começa a gerar desconforto ou sensação de caos.
Em resumo, uma cadeira cheia de roupas nem sempre é sinônimo de bagunça.
Desde que o hábito não cause ansiedade ou afete a vida diária, ele funciona mais como estratégia de organização pessoal e gerenciamento de energia do que como sinal de desordem. A lição é clara: pequenas escolhas práticas podem ser essenciais para o equilíbrio emocional, mesmo quando parecem bagunça aos olhos de terceiros.