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Uncategorized 08/10/2020 09:45

São Miguel do Gostoso é incluído entre os 100 destinos mais sustentáveis do mundo. Mas ainda precisa fazer muito pelo meio ambiente da cidade

Esta é uma boa notícia. São Miguel do Gostoso acaba de ser incluído entre os 100 destinos turísticos mais sustentáveis do mundo.

Por Emanuel Neri

Esta é uma boa notícia. 

São Miguel do Gostoso acaba de ser incluído entre os 100 destinos turísticos mais sustentáveis do mundo.

A iniciativa é da Green Destinations (Destinos Verdes), entidade internacional que classifica os destinos turísticos que mais respeitam o meio ambiente e a sustentabilidade,  em todo o mundo. Além de São Miguel do Gostoso, três outros destinos turísticos do Rio Grande do Norte foram incluídos nesta lista.

São eles a praia de Pipa (Tibau do Sul) e as praias de Parnamirim (Pirangi, Cotovelo, Búzios, entre outras). Em todo o Brasil, nove destinos turísticos foram incluídos entre os chamados “Top 100” da Green Destinations. Em todo o mundo, há “Top 100” em vários países, em todos os continentes.

Não há dúvidas de que a inclusão de São Miguel do Gostoso entre os 100 destinos mais sustentáveis do mundo é um fato a ser comemorado. O selo “Global Top 100”, também conhecido por “Selo Verde”, dá credibilidade, além de forte apelo de marketing, para qualquer destino turístico do mundo.

Mas deve-se perguntar o que São Miguel do Gostoso tem feito para garantir sua inclusão entre os 100 destinos turísticos mais sustentáveis do mundo. Fatores como o saneamento e abastecimento de água da cidade pesaram nesta escolha. Mas há outras iniciativas que ainda devem ser feitas.

Embora comemore esta inclusão no “Global Top 100”, este blog vai tomar a liberdade de questionar alguns pontos da agenda ambiental que ainda estão deixando muito a desejar em São Miguel do Gostoso. Vejamos a seguir:

1)O trânsito de veículos nas praias urbanas da cidade continua sem o menor controle da Prefeitura local. Depois da flexibilização das restrições impostas pela pandemia do coronavirus, este trânsito tem aumentado muito. O trânsito é intenso nos finais de semana, trazendo enormes riscos de atropelamentos de pessoas e animais. Além disso, o trânsito de veículos destrói a fauna e a flora da orla, inclusive ninhos de tartarugas e de aves marinhas.

2)A Prefeitura também não tem tomado iniciativas para organizar uma trilha, fora da orla urbana, para que trafeguem por ali quadriciclos e outros veículos automotivos. O quadriciclo é importante para o turismo local, mas precisa de disciplinamento para que não agrida a natureza e os banhistas. O trânsito destes veículos nas praias urbanas representa sério risco para banhistas. Nem mesmo os acessos urbanos de automotivos às praias tem sido bloqueados pela Prefeitura, o que facilita o acesso de veículos à orla urbana da cidade.

3)Não há nenhuma campanha educativa da Prefeitura local para diminuir a quantidade de lixo nas praias. São poucos os tambores para lixo na orla. É comum ver garrafas pets vazias na orla, além de sacos plásticos e restos de isopor (usados em barcos) que roam pelas praias. O saco plástico é um grande ofensor para tartarugas, que engolem estes sacos (confundidos com água viva) e morrem.

4)Pescadores levam carcaças de carros e restos de móveis para a beira da praia e depois os transportam para o mar, para fazer “ambientes” para atrair mais peixes. É claro que estas sucatas são um grande poluidor no fundo do mar e parte delas acabam sendo trazidos, pelas ondas, de volta à beira da praia. Geralmente estas carcaças ficam expostas por dias nas praias. A Prefeitura também não tem feito nada para evitar este sério problema ambiental do município.

5)Em São Miguel do Gostoso não há uma campanha para estimular moradores a plantarem mais árvores na cidade. Nem mesmo canteiros públicos são tratados pela Prefeitura e as árvores ali morrem secas, principalmente no verão. Também não há regras de urbanização da cidade, com ruas e residências sendo construídas sem o mínimo de planejamento. O trânsito urbano também apresenta sérios problemas.

6)Falta uma política de reciclagem de lixo. Havia uma associação de catadores, a  Gostoso Recicla, que fechou suas portas por falta de apoio da Prefeitura. A cidade também não conta com tratamento de lixo em local adequado, como aterros sanitários. O lixo da cidade é depositado em um local, conhecido por “lixão”, a céu aberto, causando problemas como proliferação de insetos, principalmente moscas, e mau cheiro.

São estes e muitos outros problemas que São Miguel do Gostoso ainda tem no setor ambiental, para que a cidade tenha mesmo um perfil sustentável.

Na última terça-feira (6/10), em reunião do Conselho Municipal do Turismo, decidiu-se pela inclusão de ações concretas, no Plano de Turismo do Município, para evitar trânsito na praia e a adoção de outras medidas para que o município tenha melhores condições ambientais. Já é um bom caminho.

São Miguel do Gostoso vai escolher seu novo prefeito em novembro, Qualquer que seja o eleito, é de fundamental importância que ele abrace bandeiras ambientais, para que o município seja efetivamente sustentável.

Quando isso acontecer, aí sim São Miguel do Gostoso vai poder se orgulhar de fazer parte do seleto grupo das 100 cidades mais sustentáveis do mundo, as chamadas “Global Top 100”, da Green Destinations, onde acaba de ser incluído.

Ricardo Rosado de Holanda
Ricardo Rosado de Holanda


Descrição Jornalista