Reação do comércio após quatro meses de queda é sinal importante de estabilidade para o último trimestre - Fatorrrh - Ricardo Rosado de Holanda
FatorRRHFatorRRH — por Ricardo Rosado

Comércio 17/10/2025 07:59

Reação do comércio após quatro meses de queda é sinal importante de estabilidade para o último trimestre

Reação do comércio após quatro meses de queda é sinal importante de estabilidade para o último trimestre

O comércio varejista brasileiro registrou crescimento de 0,2% em agosto, interrompendo uma sequência de quatro quedas mensais consecutivas, segundo análise da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) sobre os dados da recente Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgados nesta quarta-feira (15) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Apesar do crescimento modesto, o indicador sinaliza estabilização do varejo em um cenário de juros elevados e incertezas externas. Projetando a perspectiva de setembro e do último trimestre, pode-se esperar estabilidade.

“O resultado de agosto é indício de que nosso comércio está estruturado de maneira capaz de absorver, até o momento, os impactos externos do tarifaço americano sem reverberar ao consumidor final”, pondera o presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros.

Supermercados puxam a recuperação

O principal motor da recuperação apontada pelo IBGE foi o setor de hipermercados e supermercados, que representa quase metade do varejo restrito e cresceu 0,4% no mês. O resultado coincide com a queda dos preços dos alimentos: no IPCA de julho e agosto, a alimentação no domicílio recuou 0,69% e 0,83%, respectivamente, estimulando o consumo das famílias.

“A queda dos preços dos alimentos tem efeito direto no poder de compra das famílias e explica a recuperação dos supermercados”, aponta o economista-chefe da CNC, Fabio Bentes.

Varejo ampliado supera expectativas

O comércio varejista ampliado, que inclui veículos e material de construção, apresentou desempenho ainda melhor, com alta de 0,9% em agosto. O setor de veículos, motocicletas e peças cresceu 2,3%, enquanto material de construção avançou 0,1%, mantendo trajetória de recuperação após fortes quedas em maio e junho.

Resiliência diante das pressões externas

Apesar do “tarifaço” imposto pelos Estados Unidos sobre exportações brasileiras, o comércio interno mantém-se resiliente. A CNC avalia que os efeitos do aumento tarifário permanecem concentrados no setor externo, sem impactos relevantes no consumo doméstico.

Deu no Portal da CNC

Ricardo Rosado de Holanda
Ricardo Rosado de Holanda


Descrição Jornalista