Consumidor 22/09/2025 08:15
Projetos revelam que consumidores perdem R$ 40 bilhões por ano em milhas aéreas expiradas sem proteção legal adequada
O mercado de milhas aéreas movimenta cifras bilionárias no Brasil, mas segue operando sem um marco regulatório claro. Estimativas apontam que os consumidores perdem cerca de R$ 40 bilhões por ano apenas em pontos expirados, sem qualquer compensação ou proteção legal.
Esse cenário levou o Congresso a analisar uma série de projetos de lei que buscam limitar abusos, garantir transparência e transformar os pontos acumulados em patrimônio de fato.
A ausência de regras sólidas já mostrou seus efeitos.
O colapso da 123 Milhas em 2023, com milhares de clientes lesados, expôs a vulnerabilidade do consumidor diante de programas de fidelidade que mudam regras unilateralmente e cancelam benefícios sem aviso adequado.
Agora, deputados propõem alterações que vão desde prazo mínimo de validade até herança de milhas, mirando maior previsibilidade e justiça nas relações de consumo.
Os programas de fidelidade deixaram de ser apenas estratégia de marketing para se tornarem um negócio paralelo lucrativo para bancos, companhias aéreas e plataformas digitais.
O problema é que a ausência de legislação permite que pontos expirem rapidamente ou que regras sejam alteradas sem aviso prévio.
Segundo parlamentares, essa lacuna jurídica resulta em prejuízos bilionários para milhões de brasileiros.
A justificativa é simples: se o consumidor compra passagens, produtos ou serviços para acumular pontos, esses pontos representam valor econômico real e não podem ser tratados como mera cortesia.
O PL 2767/2023, de Amom Mandel (Cidadania-AM) e José Guimarães (PT-CE), cria parâmetros básicos, como validade mínima de três anos, obrigação de aviso com seis meses de antecedência sobre vencimento e limite de reajuste no número de pontos exigidos para emissão de passagens.
Outro destaque é o PL 4880/2023, de Celso Russomanno (Republicanos-SP) e Odair Cunha (PT-MG), que vai além: proíbe totalmente a expiração das milhas aéreas.
Para os autores, pontos acumulados são um ativo financeiro, não um brinde promocional.
Já o PL 4934/2023, originado na CPI das Pirâmides Financeiras, busca coibir fraudes.
Ele determina que mudanças nas regras não prejudiquem pontos já acumulados, garante reembolso parcial em compras diretas e proíbe a venda de pacotes baseados em promessas futuras de emissão de passagens — prática que levou ao colapso da 123 Milhas.
O PL 5601/2023, de Saulo Pedroso (PSD-SP), trata da herança de milhas aéreas.
A proposta prevê que o titular indique beneficiários, com transferência automática e sem custo em caso de falecimento.
Atualmente, companhias podem simplesmente cancelar o saldo acumulado, prática considerada abusiva por especialistas, já que os pontos representam patrimônio do consumidor.
Outros textos buscam alterar o Código de Defesa do Consumidor, proibindo mudanças bruscas em programas de fidelidade e exigindo prazos mínimos de validade para regras contratuais.
O debate também alcança programas de cashback, que devolvem parte do valor gasto em compras.
O PL 2654/2025, de José Guimarães (PT-CE), trata tanto de milhas aéreas quanto de saldos de cashback, reconhecendo ambos como patrimônio do consumidor.
O projeto ainda prevê fiscalização do Banco Central, separação de recursos em contas específicas e maior clareza sobre a conversão em reais.
Para empresas do setor, a regulamentação pode restringir a flexibilidade de gestão e elevar custos.
Já para parlamentares e entidades de defesa do consumidor, a mudança é urgente para evitar novas perdas bilionárias.
Se aprovadas, as propostas podem transformar radicalmente a forma como os brasileiros lidam com milhas aéreas, garantindo maior previsibilidade e valorizando o consumidor como verdadeiro dono desse patrimônio digital.
A tramitação, no entanto, ainda depende de análises em comissões e votação em plenário.
Deu em CPG
Descrição Jornalista
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