Uma pesquisa do Datafolha também apontou que a violência escalou como preocupação dos brasileiros e lidera o ranking de problemas empatado com a saúde: 17% citaram a insegurança como o maior problema do Brasil, contra 6% em dezembro de 2022, o mais recente levantamento com essa pergunta.

O CEO da Atlas Intel afirma que, durante as investigações da operação Lava Jato, a corrupção aparecia na primeira posição desse ranking.

Já na pandemia, a maior preocupação era a economia, por conta do desemprego, queda dos salários e a pobreza, mas que a criminalidade aparece no topo das preocupações de maneira inédita.

“Entre os bolsonaristas, a corrupção ainda desponta como o tema mais preocupante, por uma pequena diferença. Isso acontece por causa dos escândalos da Lava Jato que marcaram as gestões petistas anteriores”, afirma.

Roman afirma que as últimas pesquisas apontam uma tendência de alta. Segundo ele, a população deve se preocupar ainda mais com a segurança nos próximos meses. Isso, porém, vai depender de como o governo vai responder a essa escalada de violência no país.

Para Roman, o discurso atual de que a atuação das polícias militares é uma responsabilidade dos governos estaduais não é a melhor saída.

“A pesquisa mostrou que 70% da população diz que a responsabilidade das polícias e da criminalidade é dividida por igual entre governo federal e Estados, enquanto 20% pensa que o país tem mais responsabilidade que os Estados e apenas 6% responderam que o governo do Estado tem mais responsabilidade nesses casos. Então não é fácil delegar a culpa para os governadores.

Ele afirma que isso levou o governo a abordar o problema de uma forma diferente, pois dessa maneira “não convence a população”.

“Parece que há uma mudança do governo e ele passou a falar sobre o tema. Falou que enviará a Força Nacional para atuar no Rio e disse que vai trabalhar com os governadores. Esse conjunto de medidas que estão sendo anunciadas é um sinal de que ele está olhando para o tema”, diz.

A segurança e a violência é um consenso tanto entre lulistas quanto bolsonaristas, explica o CEO da AtlasIntel. Ele afirma que essa preocupação une os dois espectros tanto nas preocupações quanto nas soluções.

“A maioria diz que é um problema. Quando questionados, a intervenção federal é a saída citada por 72,5% dos entrevistados como estratégia para reforçar a segurança pública no Rio”, afirma Andrei Roman.