Comportamento 07/09/2025 17:41
O que a ciência diz sobre os benefícios de falar palavrão

Você já se pegou soltando um palavrão ou dois preso no trânsito, ou depois que alguém te cortou enquanto dirigia? Talvez você xingue, mas às vezes até sinta culpa por isso, já que é algo tradicionalmente malvisto.
Falar palavrão costuma ser considerado um tabu porque, historicamente, desafia normas religiosas, morais e sociais. Muitas sociedades já associaram palavrões à blasfêmia ou ao pecado.
Certas palavras foram vistas como ofensivas a Deus, a outras pessoas ou às normas comunitárias. É algo frequentemente rotulado como “grosseiro” ou “indelicado”, por quebrar regras da boa convivência.
Muita gente ainda acredita que usar palavrões em público reflete má educação ou falta de autocontrole.
Sob essa ótica, xingar não é um reflexo direto do seu caráter ou educação. Pode ser saudável se usado como um escape natural de tensão. Isso, claro, não significa usá-lo em excesso ou direcioná-lo de forma ofensiva a outras pessoas.
Mas, com moderação, falar palavão pode ajudar a lidar com pequenas frustrações momentâneas, sem prejudicar sua imagem ou seu bem-estar.
Um estudo de 2024 publicado no Quarterly Journal of Experimental Psychology investigou se repetir palavrões poderia influenciar o desempenho físico, a atenção e o estado emocional das pessoas. Os pesquisadores observaram esses efeitos por meio de testes e da medição da atividade cerebral dos participantes.
1. Falar palavrão aumenta a força física
Além de aliviar frustrações, os pesquisadores descobriram que repetir um palavrão por apenas 10 segundos pode, de fato, melhorar o desempenho físico.
No estudo, os participantes repetiram uma palavra neutra ou um palavrão e depois realizaram um teste de força com as mãos. Aqueles que xingaram conseguiram gerar mais força do que os que repetiram palavras neutras. Isso indica que xingar provoca um “impulso”, permitindo ao corpo ter um desempenho melhor em tarefas físicas de curto prazo.
Pesquisas anteriores também mostraram que xingar pode influenciar na forma como sentimos e toleramos a dor.
Um estudo comparou falantes de inglês (que costumam xingar em resposta à dor) com falantes de japonês (que raramente o fazem).
Os resultados indicaram que o palavrão funciona como um “roteiro aprendido” que ajuda o corpo a lidar com o desconforto. Ou seja, quem xinga sente menos dor e tolera mais desconforto. Já os japoneses, que não compartilham esse roteiro cultural, não tiveram o mesmo alívio.
Ou seja, além de aumentar o desempenho físico, falar palavrão pode ajudar o corpo a suportar melhor o esforço ou o desconforto, como se fosse uma ferramenta para invocar força extra nos momentos certos.
2. Xingar melhora o humor e o foco
Além de efeitos físicos, o estudo também apontou mudanças positivas no estado mental.
Repetir palavrões aumentou a distração e o senso de novidade, o que, à primeira vista, pode parecer ruim, mas na verdade indica um estado de alerta mental maior. Os participantes ficaram mais focados e atentos à tarefa. Ou seja, xingar ajudou a mente a se concentrar e responder melhor aos estímulos.
Esses efeitos também foram observados em um estudo de 2022, que investigou como xingar afeta o desempenho físico e o estado psicológico. Os pesquisadores analisaram se repetir palavrões poderia melhorar força, humor, humor positivo, foco e autoconfiança. Em dois experimentos, os resultados foram consistentes: xingar melhorou o desempenho físico e aumentou fatores psicológicos como motivação, estado de fluxo, humor e autoconfiança.
Essas descobertas sugerem que falar palavões, além de aliviar a tensão, pode ativar estados mentais que reduzem inibições e aumentam a performance do corpo e da mente.
Use palavras com intenção
Se você estiver frustrado ou sobrecarregado, liberar suas emoções de forma saudável pode ser essencial. Xingar, nesse contexto, não é errado. Um alívio momentâneo pode evitar que sentimentos se acumulem e escapem de forma prejudicial ou sejam direcionados a outras pessoas.
No entanto, é importante usar os palavrões com intencionalidade, não de forma excessiva ou agressiva.
Usá-los contra os outros pode ter o efeito oposto e prejudicar relacionamentos. Mas, usado de forma pontual, no seu espaço pessoal, um palavrão pode ajudar a aliviar a mente e até aguçar o foco.
Tente combinar esse desabafo com outras práticas conscientes, como respirar fundo, alongar o corpo ou fazer uma pausa em silêncio.
Em resumo: com moderação, o que muitos veem como grosseiro pode se transformar em uma ferramenta útil para equilíbrio mental e físico. Honre seus instintos, mas com consciência dos limites. Assim, um palavrão ocasional pode ser seu aliado, e não motivo de vergonha.
* Mark Travers é colaborador da Forbes USA. Ele é um psicólogo americano formado pela Cornell University e pela University of Colorado em Boulder.
Deu em Forbes
Descrição Jornalista
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