Na prática democrática devo ser um exemplo vivo do “nóis sofre, mas nóis goza” - Fatorrrh - Ricardo Rosado de Holanda
FatorRRHFatorRRH — por Ricardo Rosado

Eleições 13/05/2021 06:15

Na prática democrática devo ser um exemplo vivo do “nóis sofre, mas nóis goza”

Na madrugada de hoje, dia 13 maio, a Câmara Federal aprovou uma comissão que vai estudar a possibilidade de estabelecer o voto auditável e impresso para as próximas eleições.

Na prática democrática devo ser um exemplo vivo do “nóis sofre, mas nóis goza”

Na madrugada de hoje, dia 13 maio, a Câmara Federal aprovou uma comissão que vai estudar a possibilidade de estabelecer o voto auditável e impresso para as próximas eleições.

Tema de muita polêmica entre o Executivo de Bolsonaro, as oposições, o STF e o TSE, o voto nas urnas eletrônicas, depois de muitas pelejas reinando sozinho, pode ganhar a companhia de um papel.

Precavido com essas coisas do Brasil, onde cada eleição tem uma lei diferente, corri para resgatar o meu título de eleitor.

Já bem sambado e amarelado pelo tempo, mostra lá que cumpri com meu dever cívico pela primeira vez na eleição de 1970.

Quer dizer: comecei a votar e a gostar de democracia ainda durante os governos militares.

Aí votei em 1972, 1974, 1976, 1978, 1982, 1985.

Em 1986 consta que o título foi transferido.

Mas eu votei.

De 1970 pra cá num deixei de votar nenhuma vez.

Eu devo ser um exemplo vivo do “nóis sofre, mas nóis goza”.

Morava na Afonso Pena, 425, ali na esquina com a Potengi, em Petrópolis.

Votava na Sexagésima Primeira Secção e a profissão era de estudante.

Se a memória não me trair acho que ficava localizada no Colégio Salesiano, na Ribeira.

Numa dessas eleições cheguei muito cedo. Me lasquei. Um amigo mesário, que estava com a mesa incompleta pela ausência de um membro, me viu na fila e tascou o convite. Aceitei e fiquei o dia inteiro preso lá. Com a pelada da praia me esperando.

Mas, se democracia exige sacrifícios, fiz o meu.

A minha convicção na representação popular, suprema imposição pelo voto, com todas as suas falhas, já tem uma longa estrada.

Será impossível me afastar dela.

Mas me ensinou também a não perder tempo com leriado inútil, infantil, cansativo, repetitivo, improdutivo, raivoso, intolerante, fanático e cuja maior característica hoje em dia é expor quem sabe pronunciar ou escrever o maior número de desaforos.

Estes não são democratas.

PS: Depois de 50 anos do título de eleitor notei que o nome da minha mãe está datilografado errado. Está escrito Antônio ao invés de Antônia. 

Ricardo Rosado de Holanda
Ricardo Rosado de Holanda


Descrição Jornalista