FatorRRHFatorRRH — por Ricardo Rosado
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Alimentos 10/12/2025 12:00

Metade dos brasileiros ainda não conseguiu comer picanha em 2025, apesar de produção recorde

Metade dos brasileiros ainda não conseguiu comer picanha em 2025, apesar de produção recorde

Mesmo sendo um dos maiores produtores de carne bovina do planeta, o  chega ao fim de 2025 convivendo com um dado que expõe a profundidade da desigualdade social: cerca de metade da população jamais conseguiu colocar picanha no prato.

O contraste é gritante — enquanto o país exporta volumes recordes e o agronegócio acumula lucros, milhões de brasileiros recorrem a cortes muito mais baratos, ossos, miúdos ou até abandonam de vez a proteína animal por falta de recursos.

Especialistas apontam que o fenômeno resulta da inflação persistente nos alimentos, da renda estagnada e do encarecimento geral do custo de vida, fatores que comprimiram o orçamento doméstico. O resultado aparece nas ruas: em bairros periféricos e regiões mais pobres, tornou-se comum ouvir relatos de pessoas que só compram carne “quando sobra algum dinheiro”.

Problema não é produção — é acesso

O quadro se agrava quando se considera que não há escassez de carne no país. O Brasil segue entre os maiores exportadores do mundo, enviando cortes premium como a picanha para diversos mercados internacionais.

O que impede o consumo interno, afirmam analistas, é a distância cada vez maior entre a produção agropecuária e o poder de compra da população.

Esse abismo evidencia um cenário preocupante: mesmo em um país abundante em proteína animal, milhões de brasileiros não conseguem pagar por um único corte de primeira.

O consumo de carne, que historicamente foi símbolo de ascensão social no Brasil, tornou-se um marcador explícito da desigualdade.

Deu em ContraFatos
Ricardo Rosado de Holanda
Ricardo Rosado de Holanda


Descrição Jornalista