Política 30/08/2023 07:37
Lula acerta últimos detalhes para colocar PP e Republicanos no governo
Articulação que se arrasta há semanas está perto de uma definição, mas ainda não se sabe quem sai e nem para onde vai quem entra no governo
A novela da minirreforma ministerial que o governo Lula vai promover em busca de mais votos na Câmara dos Deputados tem chances de acabar nesta quarta-feira (30/8).
Decidido a embarcar os deputados federais André Fufuca (PP-MA) e Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) no primeiro escalão de seu governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está decidindo os últimos detalhes da mudança de peças.
Ele precisa bater o martelo sobre quem sai e sobre para onde vai quem entra.
As semanas de demora nessa articulação são resultado da resistência de Lula em tirar aliados de cargos importantes e em admitir que a primeira escalação de seu time titular não resultou no apoio necessário no Congresso, especialmente na Câmara.
A maioria do Congresso eleito nesta legislatura está em partidos que foram base do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A coligação que elegeu Lula mal chega a 130 dos 513 deputados federais. E, para aprovar projetos de lei complementar, por exemplo, é preciso de 257 votos. Já mudanças na Constituição precisam de 308 votos.
Por causa dessa matemática, o governo Lula foi obrigado a negociar com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) e está entregando a seu grupo político cada vez mais nacos de poder.
Lula e sua equipe sabem que Republicanos e PP têm alas bolsonaristas e não vão entregar todos os seus votos ao governo, mas precisam que pelo menos metade da bancada de cada um desses partidos faça parte da base governista.
Lula pode ceder, mas passou as últimas semanas resistindo a entregar ao PP o que o partido pediu: o Ministério de Desenvolvimento Social, comandado pelo petista Wellington Dias e dono de programas de distribuição de renda que são enormes vitrines eleitorais, como o Bolsa Família.
Dias, porém, se reúne nesta quarta com Lula e os ministros palacianos Rui Costa, da Casa Civil, e Alexandre Padilha, das Relações Institucionais. A reunião está marcada para 9h no Palácio do Planalto.
Uma opção que o presidente oferece ao partido de Lira é um novo ministério a ser criado, o das Médias, Pequenas e Micro Empresas e dos Empreendedores Individuais. Os caciques do partido acham pouco, mas podem ser convencidos por um grande “bônus”, o comando da Caixa Econômica Federal.
A Caixa é politicamente maior do que vários ministérios e dá a quem a comanda tudo que o centrão gosta: verbas e visibilidade.
Quem presidir o banco pode se beneficiar de políticas públicas operadas por ele, como o pagamento de benefícios de programas sociais; e pode abrir ou ampliar agências Brasil afora. Em um ano de eleições municipais, esses podem ser grandes trunfos para um partido que saiba usar esse potencial.
Sem bagagem política e com perfil muito técnico, a atual presidente da Caixa, Rita Serrano, não conseguiu explorar muito essas possibilidades e, tudo indica, terá de ceder seu lugar para a ex-deputada federal Margarete Coelho (PP-PI).
No acerto, o PP deve levar ainda todas as vice-presidências da Caixa, o que se conhece em Brasília como entrega “de porteira fechada”.
Existe a possibilidade, ainda, de o Ministério do Desenvolvimento Social ser fatiado. Nesse desenho, Wellington Dias ficaria com o “filé”, que é o Bolsa Família, e o indicado pelo PP com os demais programas sociais.
Em outra opção que é considerada nos bastidores, o PP poderia ganhar o Ministério da Agricultura.
Já o Republicanos de Silvio Costa Filho mirou a pasta do Esporte, mas Lula inicialmente blindou Ana Moser e ofereceu o Ministério dos Portos e Aeroportos.
Se essa for a decisão, o atual ministro, Márcio França, precisaria ser alocado em outro posto do governo. Ele é da cota do PSB, partido do vice-presidente, Geraldo Alckmin.
Na noite de terça (29/8), porém, já se falava nos bastidores que Lula poderia mudar de ideia e ceder o Esporte na articulação.
Lula viaja para o Piauí nesta quinta-feira (31/8), para lançar o programa Brasil sem Fome e anunciar obras do PAC no estado. A expectativa em Brasília é que o presidente não embarque no avião sem “arrumar a casa”.
Por isso a expectativa de alguma definição mais clara da minirreforma ministerial ainda nesta quarta.
Descrição Jornalista
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