Política 01/09/2025 09:18
Governo Lula já articula reação a possíveis sanções dos EUA ligadas ao julgamento de Bolsonaro
Em Brasília, a atenção está voltada não apenas ao Supremo Tribunal Federal (STF), que abrirá na terça-feira (2) o julgamento de Jair Bolsonaro e outros sete acusados de articular um golpe de Estado em 2022, mas também a Washington.
O governo Lula avalia que a sentença do Supremo pode desencadear uma nova rodada de sanções norte-americanas, caso o republicano Donald Trump decida endurecer contra autoridades brasileiras.
Na última quinta-feira (28), o Planalto acionou a Lei de Reciprocidade para iniciar um processo de resposta às tarifas de 50% impostas por Trump a produtos brasileiros.
A medida foi formalizada no dia seguinte, quando a Embaixada do Brasil em Washington notificou o USTR, órgão que trata da política comercial dos EUA.
A leitura entre auxiliares de Lula é que a ofensiva econômica, ainda que oficialmente desvinculada do processo judicial, funciona como carta de garantia para o caso de novas punições ligadas ao destino de Bolsonaro.
O trâmite pode levar meses, mas o Brasil também dispõe de mecanismos imediatos para sobretaxar importações americanas se o conflito escalar.
Parlamentares ligados a Bolsonaro acreditam que a administração republicana poderia recorrer até à Lei Magnitsky, ampliando sanções a familiares de ministros do STF, em especial os próximos a Alexandre de Moraes, relator do caso.
No Planalto, prevalece a percepção de que o clima de desconfiança não se dissipará antes das eleições de 2026, ano em que tanto Lula quanto Trump devem disputar novo mandato.
O processo no STF será conduzido pelo ministro Cristiano Zanin, presidente da Primeira Turma. Estão previstas cinco sessões, em diferentes formatos: duas apenas pela manhã (das 9h às 12h) e três em turno duplo (9h às 12h e 14h às 19h).
A abertura ficará a cargo de Alexandre de Moraes, que apresentará seu relatório sobre as provas reunidas até agora, sem limite de tempo para a exposição.
Em seguida, falará o procurador-geral da República, Paulo Gonet, reconduzido ao cargo na semana passada. Depois, cada defesa terá uma hora para sustentar seus argumentos.
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