Estamos transmitindo para ETs sem querer; e eles podem estar ouvindo - Fatorrrh - Ricardo Rosado de Holanda
FatorRRHFatorRRH — por Ricardo Rosado

Espacial 22/08/2025 12:47

Estamos transmitindo para ETs sem querer; e eles podem estar ouvindo

Estamos transmitindo para ETs sem querer; e eles podem estar ouvindo

Imagine uma civilização alienígena a alguns anos-luz da Terra. Se eles apontarem uma antena poderosa na direção certa, sabe o que provavelmente vão captar?

Nada de novelas ou partidas de futebol transmitidas por TV via satélite, mas os sinais que enviamos às nossas sondas espaciais.

Um novo estudo, publicado nesta quinta-feira (21/8) no The Astrophysical Journal Letters, revela que as transmissões da Rede de Espaço Profundo (DSN) da Agência Espacial Norte-Americana, a Nasa, são os “faróis cósmicos” mais detectáveis que a humanidade já emitiu.

Essas antenas colossais, espalhadas entre a Califórnia (Estados Unidos), Madrid (Espanha) e Canberra (Austrália), mantêm contato com sondas que exploram Marte, Júpiter, Saturno e até o espaço interestelar, como a Voyager.

Os cientistas analisaram as transmissões feitas nos últimos 20 anos.

E aqui está o detalhe fascinante do estudo: quase 80% desses sinais são disparados dentro de uma faixa de apenas 5° ao redor do plano da eclíptica — a faixa imaginária onde orbitam os planetas do Sistema Solar.

Isso significa que, se uma civilização estiver de olho nesse corredor, nossas transmissões são praticamente impossíveis de perder.

Marte, por exemplo, recebe tanta atenção que, durante alinhamentos com a Terra, a chance de captar um sinal nosso é centenas de milhares de vezes maior do que em qualquer outro ponto do céu. Em conjunções com outros planetas, um observador externo poderia ter até 12% de chance de flagrar uma transmissão — números absurdamente altos para padrões astronômicos.

O que isso ensina? Que talvez não devamos procurar inteligência alienígena de forma aleatória.

Se ETs têm redes semelhantes às nossas, suas transmissões também vão seguir padrões previsíveis. Ao observar estrelas alinhadas com o plano da eclíptica ou sistemas planetários em trânsito, aumentamos muito as chances de interceptar um “alô cósmico”.

Em outras palavras: sem perceber, já estamos dizendo “olá” ao Universo. Será que alguém já respondeu, mas ainda não aprendemos a ouvir direito?

Deu em Correio Braziliense
Ricardo Rosado de Holanda
Ricardo Rosado de Holanda


Descrição Jornalista